Amanhã é feriado nacional. Dia do Trabalho. Quebrando tradição de longa data, a presidente Dilma Rousseff (PT) deve dispensar a convocação da cadeia de rádio e TV para discursar à Nação por ocasião da data. A petista teme, segundo se especula, reedição do panelaço, protesto espontâneo que eclode das varandas (gourmets ou não) desde que, ao tomar posse do segundo mandato, passou a governar segundo cartilha que ela, na campanha, acusara de pertencer à oposição.

Dilma, de fato, corre o risco de voltar a ser hostilizada pela sociedade. Uma corrida d’olhos pelo noticiário econômico nos últimos dias seria suficiente para desgastar ainda mais a confiança da população na presidente da República – que, preocupada apenas com a manutenção do poder, escondeu dos eleitores a real situação financeira do País. Brasileiro que retornasse para casa após temporada no Exterior seria impelido a crer que o PT da propaganda saiu derrotado das urnas.

Os moradores do Grande ABC que nos dão a honra de serem nossos leitores acumulam notícias negativas na seção de Economia. Greve nas montadoras de veículos, desidratação do potencial de consumo das sete cidades, alta da taxa básica de juros, queda na geração da riqueza interna, redução do percentual financiável na compra da casa própria e aceleração do desemprego são apenas algumas das informações que nosso compromisso com a verdade nos obrigou a veicular na última semana.

Ao perceber o impacto que cada uma delas causa na vida da população fica fácil entender por que a presidente decidiu não falar à Nação. E, para piorar, o governo federal acaba de anunciar que pretende reajustar em 39%, na média, os bilhetes de loterias da Caixa Econômica Federal a partir de 24 de maio. Até o sonho de enriquecer ‘fazendo aquela fezinha’ o governo Dilma Rousseff resolveu encarecer. Péssimo presente para os trabalhadores do Brasil. Que semana!