Possíveis prefeituráveis em São Bernardo na eleição do ano que vem, o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) e o deputado federal Alex Manente (PPS) tiveram reações distintas ao anúncio de pré-candidatura feito pelo ex-prefeito Mauricio Soares (sem partido) após desfiliar-se do PT. Alex, que já foi aliado de Mauricio, preferiu não se manifestar sobre o assunto. Em contrapartida, Morando, outro ex-parceiro do ex-petista, tratou por desqualificar a empreitada.

O tucano avaliou que a figura política do ex-prefeito não corresponde mais aos anseios da população. “Respeito sua história, mas o vejo como um candidato fora do seu tempo e em um momento que a cidade clama por renovação”, assegurou.

O parlamentar seguiu com tom crítico a Mauricio, condenando a postura adotada por ele: saiu do PT, mas continua com vínculo ao governo do prefeito Luiz Marinho (PT) – Mauricio é presidente da Fundação Criança. “Se deixou o partido falando em corrupção, que traga essas evidências à tona. Detalhe e ajude os órgãos competentes a apurar irregularidades.”

A despeito do ingresso do ex-chefe do Executivo na corrida eleitoral, Morando revelou que encarou a situação com “naturalidade”, evitando citar projeções. “É importante para o município uma gama de nomes e projetos. É um exercício para a democracia”.

O deputado voltou a atacar o ex-prefeito ao lembrar de sua renúncia do Executivo em 2003, sob alegação de motivos de saúde. “O Mauricio carrega com ele a desistência do cargo, que pesa negativamente perante a população. Senti isso de perto, quando estava coordenando a campanha a prefeito do (José) Serra (hoje senador pelo PSDB) em 2012”. Serra renunciou a prefeitura da Capital em 2006 para concorrer ao governo do Estado.

EX-ALIADOS
Em 2007, o então prefeito William Dib (PSDB) apoiou construção de chapa majoritária com Mauricio de candidato a prefeito e Morando na vice.

A empreitada, contudo, fracassou poucos dias depois após desentendimentos internos, que culminou no rompimento do ex-prefeito com o grupo governista da época.

Sentindo-se desprestigiado, Mauricio migrou para a candidatura vitoriosa de Marinho, que concorria pela primeira vez ao Paço, enquanto Morando herdou posto de sucessor governista, que acabou derrotado no segundo turno.