Coliseu do crack. É assim que o Ginásio Poliesportivo Municipal Prefeito Élio Bernardi, no Jardim Itapeva, em Mauá, é conhecido pela comunidade. O local, inaugurado em 1999, sofreu destelhamento provocado por temporal uma década depois e, desde então, sem reforma e abandonado, virou moradia de usuários de drogas. Em julho, o Diário publicou reportagem sobre a situação e, embora a Prefeitura informasse que o início da obra de recuperação deveria ocorrer a partir de novembro, nada aconteceu.

O que se vê na estrada do Pilar Velho é um esqueleto de concreto completamente pichado, com pinos vazios de entorpecentes espalhados pelo chão e movimentação de dependentes químicos no interior do prédio.

O cenário assusta quem vive nas proximidades. “Toda semana tem histórias de assalto. No fim de tarde, quando as pessoas estão voltando do serviço e as crianças saindo da escola (a EE Florisbela de Campos Wernek, que fica ao lado do ginásio), eles se aproveitam da situação para roubar”, disse o comerciante Lucio Crespo, 53 anos. Segundo ele, o patrulhamento da GCM (Guarda Civil Municipal) só foi visto por uma semana, após a publicação da reportagem em 2014.

Funcionários da instituição de ensino, que, com receio, preferiram não se identificar, também relataram o difícil convívio. “O vandalismo é muito grande em volta da escola. Colocamos grades de ferro e roubaram. Tudo o que colocamos feito do material eles roubam”, falou uma senhora.

O investimento inicial para reforma do ginásio era de R$ 250 mil, mas, segundo a Prefeitura, o projeto foi alterado para atender as propostas apresentadas pelos moradores em plenárias do Orçamento Participativo, com valor revisado para R$ 1 milhão. O Executivo disse que aguarda a liberação dos recursos de duas emendas parlamentares solicitadas pelos ex-deputados Cândido Vacarezza e Helcio Silva (ambos do PT). Após o recebimento da verba, o projeto será encaminhado à Caixa Econômica Federal para aprovação e, posteriormente, será iniciado o processo licitatório.

Ainda de acordo com a administração, “a GCM realiza rondas diárias, inclusive com a entrada dos guardas que, eventualmente, requerem o acompanhamento da equipe de Consultório de Rua, da Secretaria de Saúde, para atendimento aos dependentes.”