Antônio de Pádua Tortorello (PTB), ex-homem-forte da administração Luiz Olinto Tortorello (PTB), promulgou interpelação judicial em detrimento do presidente estadual da sigla, deputado Campos Machado. O irmão do ex-prefeito questiona as razões que levaram o correligionário a, segundo ele, desmoralizá-lo em entrevista ao Diário e que excluem-no da possibilidade de pleitear vaga em eventual prévia interna para definir o candidato da legenda rumo ao Palácio da Cerâmica às eleições municipais de 2012. Para fins de efeitos fiscais, o interpelante estipula na ação o valor da causa pela importância de R$ 1.000.

Filiado ao PTB há mais de 15 anos, Pádua contesta as palavras de Campos ao afirmar que "nunca promoveu qualquer embate político que o distanciasse dos ideários do partido". Ele afirma ainda que "desempenhou funções de relevância que colaboraram definitivamente para que a gestão do PTB na cidade fosse gloriosamente marcada como vencedora."

Campos alegou que irá se pronunciar devidamente no período em que receber a interpelação, mas que não há causa para descontrole neste momento a dois anos do pleito. Parafraseando o poeta português Fernando Pessoa, o petebista disse que vale "tudo menos o ridículo". "Não irei tratar de assuntos grotescos. Aguardo com tranquilidade a chegada da interpelação."

Segundo o documento, "declarações do comandante estadual não poderiam arrimar considerações que ofendem o interpelante, criando todo tipo de embaraço político". "As considerações efetivadas por Campos foram materializadas fora do tempo oportuno e legal, já que a lei eleitoral estabelece prazos específicos para intervenção direta ou indireta da hierarquia superior quanto a intervenção nos diretórios municipais. Tal fato coloca nas mãos do presidente estadual poder absolutista e quase divino, uma vez que o escolhido está sendo colocado goela abaixo."

A irritação de Pádua se deu em razão de Campos Machado já ter afirmado que não existe probabilidade de haver prévias internas para a escolha do candidato do PTB em 2012 na cidade, citando que o papel de lançar o nome da sigla ficará a cargo do prefeito José Auricchio Júnior (PTB), que, em sua concepção, levanta a bandeira do partido e é o líder da sigla no município. "O Auricchio não é apenas um amigo, é o líder do partido no município. Ele é quem vai determinar as diretrizes da legenda e, consequentemente, escolher o comandante da chapa que disputará a sucessão", relatou à época.

Pádua, que foi chefe de Gabinete durante a gestão do irmão, finaliza o documento abordando que se vê no "direito de pleitear espaço para que haja no partido condições que lhe assegure disputa justa na escolha do candidato ao Paço Municipal, sem a materialização de qualquer interferência que denote prepotência e desprezo por sua história."