A Prefeitura de Santo André irá propor ainda neste mês ao governo do Estado alteração no projeto do monotrilho que deverá ligar o Grande ABC à futura estação Tamanduateí do Metrô. A proposta foi anunciada ontem pelo prefeito Aidan Ravin (PTB), durante reunião do colegiado de prefeitos no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

A intenção do município é modificar o trajeto da composição de modo que os trilhos atravessem também o território de Santo André e não passem somente pelas vias de São Bernardo e São Caetano para chegar à Capital. "Vamos aproveitar a oportunidade para incluir Santo André, e assim facilitar o acesso da população e melhorar as condições de trânsito", afirmou Aidan.

O traçado preliminar do monotrilho, também chamado de ‘metrô leve', foi apresentado oficialmente em 10 de março e prevê a instalação de 18 pontos de parada distribuídos em percurso de 23 quilômetros.

Saindo de São Bernardo, o trajeto começa na Estrada dos Alvarenga, depois segue pela Avenida João Café Filho e passa sobre a Via Anchieta. Em seguida alcança a Avenida Brigadeiro Faria Lima, pega trecho da Avenida Pereira Barreto e entra na Avenida Lauro Gomes para alcançar São Caetano.

Do outro lado da divisa, segue pela Avenida Guido Aliberti até encontrar com a linha ferroviária da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), por onde se prolonga até a futura Estação Tamanduateí.

A expectativa é de que a viagem seja completada em aproximadamente 28 minutos. A estimativa das autoridades é de que, diariamente, cerca 300 mil passageiros sejam transportados.

Mudança - Segundo o prefeito Aidan Ravin, os técnicos de seu governo irão apresentar as propostas para modificar o percurso do futuro sistema de transporte dentro do prazo de 20 dias.

Além das prefeituras de São Bernardo e São Caetano, a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos e o Metrô de São Paulo participam da iniciativa.

Embora acredite que o traçado preliminar do monotrilho contemple o Grande ABC sem privilégio entre os municípios, uma vez que atravessa regiões de divisa entre as cidades, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), afirmou que não se opõe ao interesse de Santo André em pleitear alterações.

Região do bairro Bom Pastor poderá ser beneficiada
Bairro de Santo André mais próximo do traçado preliminar do novo sistema de transporte, o Bom Pastor deverá ser a parte do município mais beneficiada com as mudanças que a Prefeitura pretende apresentar às autoridades que estão desenvolvendo o metrô leve.

Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Frederico Muraro Filho, a região que se estende do Córrego Taioca até as proximidades da Avenida Winston Churchil, em São Bernardo - cerca de cinco quilômetros -, poderá ser facilmente adaptada para receber os trilhos, que deverão ser construídos em linha suspensa.

"A intenção é de que Santo André não seja somente uma passagem, mas que o metrô leve seja integrado ao município, que deverá promover as mudanças para facilitar as condições de trânsito e de acesso por meio do transporte público", afirmou o secretário.

Para isso, o município sugere a instalação de quatro estações de parada dentro do seu território, sendo uma no Córrego Taioca, outra no limite com a Avenida Winston Churchill, uma na Rua Afonsina e, por último, nas proximidades do Centro Universitário Fundação Santo André.

Em nota, o Metrô informou que, como o projeto básico para o metrô leve ainda não foi contratado, qualquer proposta de alteração deverá ser apresentada para estudo durante esta fase de elaboração.

Valor - Somente a execução do projeto base do metrô leve, que determinará as características da obra, irá consumir R$ 29 milhões em recursos dos governos federal e estadual. Segundo Muraro, as mudanças que serão propostas não deverão aumentar as despesas.