Para os grupos, mais importante que o dinheiro na bilheteria é colocar seu trabalho na vitrine. “É difícil cobrir os custos da viagem, já que não somos conhecidos no Paraná. Mas existe uma troca com companhias de outros Estados que implica na possibilidade de novas apresentações”, diz Fernando Faria, da Cia. Pasteurizada. “Fizemos alguns contatos”, afirma Azê Diniz, da Cia. Espinha de Peixe. O intercâmbio, pois, não fica apenas na questão estética.

A Pasteurizada, de Santo André, marcou presença com Fragmentos Humanos e Insensíveis. Fragmentos Humanos reúne textos curtos de Samuel Beckett (Eu Não e Comédia). Izabel Lima atua só em Eu Não e ao lado de Ana Célia Padovan e Fernando Faria em Comédia. A peça Insensíveis, de Zuca Zenker, nasceu na ELT (Escola Livre de Teatro), de Santo André. As duas peças têm direção de Faria.

Dirigida por Esdras Domingos, a Cia. do Nó, de Santo André, estreou A Guerra Santa, de Luís Alberto de Abreu, e mostrou o infantil Os Três Porquinhos – A Verdadeira História, adaptação de Domingos para a obra de Joseph Jacobs.

A Cia. Teatro no Pires, de Santo André, compareceu com o monólogo Esta Noite Ouvirei Chopin (autoria e atuação de Sérgio Pires) e com o espetáculo de rua Fogueira ao Meio do Dia ou Bueiro do Amor, com Sérgio Pires e Helena Bento. Ambos são dirigidos por Rodolfo David. Texto de Denise Alves levado à cena pelo Grupo Vagão, O Ócio também fez sua estréia oficial em Curitiba. Roberto Morettho assina a direção.

O infantil O Isqueiro Encantado e a Moura Torta, com a Espinha de Peixe, é uma adaptação de Márcio Rui Padoim para os contos dos irmãos Andersen e dos irmãos Grimm. Azê Diniz dirige.

A Cia. Aquarius, de Mauá, fez dez sessões de A Diva e o Divo – A Procura de um Papel, de Amilza Campos Teles, sob a direção de Caio Evangelista e Gerson Praxedes. A Cia Kit-Net, de São Bernardo, apresentou o espetáculo de rua Kit e Net Pop Show, escrito e dirigido por Rui Padoim.

Duas peças que circularam pelo evento têm forte vínculo com o Grande ABC. Capitaneada por Diana Sitonio e Ricardo Gamba, a Cia. Baba de Anjo mostrou Dezesseis Anos, de Sérgio Pires. O grupo tinha sede em Santo André, mas se mudou para o balneário Camboriú, Santa Catarina, no ano passado. A outra é Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente: o Grupo Dragão 7, de São Paulo, é dirigido por Creusa Borges, de São Bernardo.

O jornalista viajou a convite da organização do festival.