Diarinho Titulo
COP15 para salvar o mundo
Do Diário do Grande ABC
20/12/2009 | 07:09
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AFP


Apesar de a Conferência do Clima de Copenhague ter acabado na sexta (18) sem todos os avanços esperados, simboliza a esperança de que, a partir de agora, a humanidade se esforce para que um futuro sombrio não se concretize. Entre os resultados mais positivos da COP15 está a criação do fundo de mudança climática, para ajudar financeiramente países pobres a desenvolverem ações que combatam o aquecimento global. Os Estados Unidos já se comprometeram com U$ 100 bilhões por ano até 2020.

Ao longo de 12 dias, cerca de 35 mil pessoas, entre políticos, cientistas, ambientalistas, empresários e jornalistas de 192 nações discutiram, negociaram, reivindicaram e pensaram sobre o futuro do planeta no maior e, até agora, mais importante encontro sobre mudanças climáticas, organizado pela ONU, na capital da Dinamarca. O principal objetivo era criar um acordo global para diminuir o lançamento de gases poluentes - principalmente gás carbônico - responsáveis pelo aquecimento global.

Sabe-se que se algo não for feito imediatamente, a sobrevivência da humanidade estará ameaçada pelo excessivo aumento da temperatura. Nas próximas décadas, a Terra deverá ficar cerca de 2º C mais quente, provocando derretimento do gelo nos polos, aumento do nível do mar e desaparecimento de espécies e cidades litorâneas. É o preço pago por anos de desenvolvimento descontrolado.

MUVUCA - Muita coisa rolou. Ativistas ambientais fizeram manifestações para reivindicar mais esforços dos líderes políticos, para realizar acordos definitivos. Algumas acabaram em confusão. Fantasiados ou segurando placas, muitos entraram em confronto com a polícia e foram presos.

Em uma das reuniões, chefes de países africanos se retiraram das negociações por não concordar com as propostas dos países desenvolvidos. Afirmavam que as nações mais ricas pretendiam se beneficiar com os acordos, comprometendo-se menos e cobrando mais ações dos países pobres. Depois, voltaram às discussões.

As expectativas concentraram-se no posicionamento da China, Estados Unidos e Índia, campeões em poluição. Entre as propostas do Brasil estão a redução de 80% no desmatamento na Amazônia até 2020 e a diminuição em até 39% das emissões de gases causadores do efeito estufa.

Ele esteve lá

Rafael Ventura, 20 anos, de Ribeirão Pires, se preocupa com a natureza desde criança. Aos 13, começou a fazer parte da ONG Greenpeace, o que lhe rendeu a responsabilidade de passar 15 dias na Dinamarca durante a Conferência de Copenhague.

Lá, ele participou de protestos, abaixo-assinados e mobilizações - ao lado de jovens de 16 países - para tentar conscientizar e pressionar os líderes mundiais a tomar atitudes para mudar o rumo que o planeta está tomando. "Precisamos agir agora para modificar o futuro, que não está tão longe assim", afirma.

Na opinião de Rafael, muito se discute sobre as catástrofes provocadas pelos desmatamentos e poluição, mas a maioria não passa de puro ‘blá, blá, blá'. Falta ação que tem de ser imediata. "Por isso, os jovens precisam fazer alguma coisa concreta. Os líderes não podem pensar só em quanto isso pode trazer de prejuízo financeiro."

Rafael ficou impressionado e satisfeito ao ver que, apesar da língua e das culturas diferentes, os jovens se uniram para uma única causa, um único ideal: o bem da humanidade. "Foi uma sensação inesquecível. Vi que sempre vale a pena lutar."

Cada um tem sua tarefa

Não precisa estar numa conferência climática internacional para ajudar a salvar o planeta. Aquela história de que pequenas atitudes fazem a diferença é verdade.

As grandes indústrias e o desmatamento podem ser os vilões, mas não são os únicos a jogar milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. Por ano, um adulto lança, em média, 4,3 toneladas de CO2, em suas atividades diárias, como andar de ônibus ou carro, comer, vestir-se. Essa quantidade é ainda maior em países desenvolvidos. Calcula-se que um norte-americanos arremesse 19 toneladas do gás.

Para entender como isso acontece é preciso saber que para fazer qualquer produto gasta-se energia. E, em geral, a produção de energia arremessa grande quantidade de poluentes no ar, principalmente quando o país utiliza combustíveis fósseis, como petróleo ou carvão, para obtê-la.

Em resumo, quanto mais consumo, mais energia necessária, mais gás carbônico na atmosfera, mais prejudicial se torna o efeito disso tudo na vida do planeta. Por isso, para contribuir com o clima, consuma só o necessário, não desperdice água nem energia deixando luzes ligadas sem necessidade ou tomando banhos longos.




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