Menos de uma semana após o início da greve dos trabalhadores, a Mercedes-Benz desistiu de demitir 500 funcionários da produção na fábrica de São Bernardo. Em assembleia realizada na manhã de hoje em frente à portaria principal da unidade, empregados aceitaram a contraproposta da empresa para tentar equacionar o problema de excesso de pessoal sem que haja dispensas. A negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC foi feita no fim de semana. Com isso, a paralisação foi suspensa.

Como contrapartida, a montadora irá abrir novo PDV (Programa de Demissões Voluntárias), cujo prazo de inscrições é até o dia 15. Outro PDV, aberto no mês passado, será encerrado hoje. O número de inscritos ainda não foi divulgado. Também não foram detalhadas pela empresa as vantagens que serão oferecidas a quem optar pelo desligamento. Segundo o sindicato, será pago meio salário nominal ao funcionário referente a cada ano trabalhado na Mercedes, além de valor fixo.

O lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) para 715 colaboradores, que acabaria no dia 30, será renovado até 15 de junho. Funcionários com doenças laborais ficarão afastados até 30 de setembro.

No dia 18 de maio, após o término do período de adesões ao PDV, haverá nova negociação entre empresa e sindicalistas para avaliar se o programa conseguiu cumprir os objetivos. Segundo o secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre, a Mercedes possui excedente de 2.000 trabalhadores. No início do mês, a multinacional alemã falava em 1.200 funcionários além do necessário para a produção.