Os desdobramentos da Operação Lava Jato, por meio da qual a Polícia Federal investiga esquema bilionário de desvio de verbas públicas na esfera federal, atingiram em cheio o Grande ABC. A 12ª fase da apuração suspeita que a gráfica Atitude – que já teve como sócio o atual secretário são-bernardense de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli (PT) – era utilizada pelo ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores João Vaccari Neto, que se encontra na cadeia, para receber recursos ilícitos extraviados da Petrobras.

Por enquanto, não é possível fazer nenhuma acusação sobre o envolvimento de Tarcisio no esquema. Todavia, é inegável que as desconfianças serão utilizados pela oposição ao prefeito Luiz Marinho (PT) para arranhar o cacife político do atual secretário. Ainda mais porque se sabe que ele é um dos preferidos do atual administrador para

disputar a campanha eleitoral de 2016 como nome da situação.

Exatamente por isso é que Tarcisio Secoli deveria vir a público para explicar, de forma pormenorizada, sua passagem pela gráfica que ora se vê no centro do maior escândalo de corrupção da história recente do Brasil. Desde que viu seu nome ser envolvido no esquema, o são-bernardense limitou-se a divulgar lacônica nota dizendo-se inocente. Nas demais tentativas em que este jornal buscou ouvi-lo, a resposta foi a mesma: ‘Não tenho interesse em falar com vocês’.

Engana-se Tarcisio se pensa que é ao Diário que ele atinge com seu silêncio. São os munícipes de São Bernardo que ficam sem respostas necessárias para formular seu entendimento sobre o político que tem pretensões de assumir a Prefeitura daqui a menos de dois anos. Enquanto o governo se cala, a oposição faz a parte que lhe cabe, aproveitando-se ao máximo do noticiário favorável a seus interesses para desgastar a figura de eventual adversário nas urnas. Tanto que já protocolou o pedido de afastamento do secretário do governo Marinho.