Os pacotes de serviços oferecidos pelos bancos têm diferenças de até 61,90% nos preços. É o que mostra pesquisa divulgada ontem pelo Procon-SP, que acompanha a evolução das tarifas mensais de manutenção de conta-corrente. O levantamento compara valores de meados de maio sobre o início desse mês. bancos faturam alto com a cobrança de tarifas de seus clientes. Considerando apenas a taxa média de manutenção da conta-corrente, as instituições recebem R$ 1,7 bilhão por mês, conforme reportagem publicada pelo Diário em 16 de junho.

A menor taxa é praticada pelo Banco Itaú, de R$ 10,50, e o custo mais alto foi apurado no Banco Safra, de R$ 17 - valor 15% menor que no início do mês, quando cobrava R$ 20. O Itaú manteve os preços entre os levantamentos.

Além das duas instituições financeiras, foram pesquisados preços da taxa de manutenção de mais cinco bancos: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC e Santander. Entre os balanços, a maior queda de custos ocorreu no Santander, de 22,22% - passou de R$ 18 para R$ 14. A única instituição a subir o valor no período foi o Banco do Brasil.

Especialistas afirmaram que a estrutura bancária é um entre vários fatores que explicam a disparidade entre os valores praticados, além do posicionamento de cada uma em relação ao cliente.

Para o coordenador de MBA em Finanças Corporativas da FGV-Strong, Fabiano Coelho, com o atual cenário econômico - juros em elevação e medidas para conter o crédito - a tendência é de aumentar ainda mais a diferença entre os custos mensais. "O ingresso cada vez maior da classe C na economia faz com que a concorrência e disputa entre os bancos se intensifique", diz Coelho. Ele acrescenta que custos menores também podem ser estratégias a fim de atrair correntistas.

O consultor em finanças pessoais Fabio Guasti Lima explica que alguns bancos captam recurso a custos menores e conseguem diluir esse valor na mensalidade. Ele afirma, no entanto, que as maiores taxas cobradas ao consumidor se justificam pelos custos em cadeia.

No caso de novos aumentos da Selic (taxa básica de juros), a tendência é que o consumidor precise deixar parte ainda maior do dinheiro que tem guardado para a manutenção da sua conta-corrente.

CONSUMIDOR - A dica de Coelho é simples. Pesquisar é o melhor caminho para fugir dos preços altos. "Um dos aspectos que o consumidor deve saber é que ao buscarem essas informações, farão com que os bancos possam mudar suas políticas", destaca.

A Caixa afirmou que atual tarifa é de 17,58% inferior à soma das tarifas individuais nos serviços disponibilizados no pacote que oferece. A taxa, segundo o banco, é definida observando o melhor custo-benefício ao cliente. Os demais bancos foram procurados, mas não retornaram até o fechamento.

Maioria dos bancos cobra avaliação emergencial de crédito

Quem precisar recorrer à avaliação emergencial de crédito por despesas acima do previsto no mês terá de pagar R$ 15 - para o caso de ter conta-corrente no Bradesco, Banco do Brasil, Caixa, HSBC, Itaú, Santander, segundo a pesquisa do Procon-SP. A única instituição a não cobrar pelo serviço é o Safra.

Nos gastos com anuidade do cartão de crédito, os preços variam até 33,3% entre as instituições apuradas pelo levantamento. O Santander é o que cobra o maior valor no cartão de crédito com serviços básicos e abrangência nacional. São R$ 60 para 12 meses de uso. O menor custo foi verificado pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, de R$ 45. A média computada era de R$ 50,80 na primeira quinzena de maio.

Solicitar a segunda via do cartão de crédito será mais cara no Itaú, que cobra R$ 10 para isso. A Caixa e o Santander têm os menores valores, de R$ 5. Segundo o Procon-SP, o valor médio é de R$ 7,32.