Política Titulo Editorial
O risco do lay-off
Do Diário do Grande ABC
18/04/2015 | 13:23
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Arte/DGABC


Estão cobertos de razão os funcionários da unidade andreense da Pirelli, apreensivos com a possibilidade de demissões por conta da instabilidade que se abateu sobre a empresa depois do anúncio da venda do controle da companhia italiana para a ChemChina (China National Chemical Corp). Afinal, a primeira medida confirmada pela fábrica de pneus após a revelação do negócio é a colocação de 380 funcionários em lay-off, que pode ser traduzido como suspensão temporária do contrato de trabalho.

Sabem todos os funcionários o que significa no jargão corporativo o afastamento, ainda que provisório, de operários. A opção é, na grande maioria das vezes, a antessala do desemprego. É quase um aviso prévio. Quando feita em época de economia estagnada, como é o caso, a proposta tem grandes chances de se tornar definitiva. Tome-se como exemplo o que ocorre no caso da Mercedes-Benz, que este Diário noticia hoje.

A montadora de ônibus e caminhões localizada em São Bernardo comunicou a futura demissão, em 4 de maio, de 500 funcionários dos 715 que estão em lay-off. A Mercedes justificou a decisão utilizando dados da comercialização de veículos pesados, que registra queda de 39,9% no primeiro trimestre de 2015 quando comparado ao mesmo período do ano passado.

Os funcionários da Pirelli terão o mesmo destino? A torcida, evidentemente, é para que não. Todavia, a manutenção da situação econômica encaminha o desfecho para fim idêntico. Para tristeza dos operários da fábrica de pneus, o governo federal vive fase complicada de ajuste fiscal, com a administração de remédios recessivos. Este jornal denuncia, desde os tempos da campanha eleitoral para Presidência da República, a falta de política industrial no programa de governo dos dois candidatos finalistas, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Nenhum dos dois se preocupou. Agora, o trabalhador arca com a conta.




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