Embasado em reportagens do Diário, presidente da sigla pede investigação do Ministério Público
Embasado em reportagens do Diário, o diretório do PPS em São Bernardo vai se reunir com promotores do Ministério Público em São Bernardo para tentar provocar o desarquivamento do inquérito sobre eventuais ilegalidades ocorridas no leilão do terreno que pertencia ao município, situado no entroncamento das avenidas Kennedy e Senador Vergueiro, e que foi arrematado por R$ 14 milhões pela Big Top 2, de Milton Bigucci.
Após o certame, realizado em 10 de julho de 2008, a compradora da área se consorciou, no dia 15 de julho do mesmo ano, com a Braido Comercial e Administradora Ltda e Even Construtora e Incorporadora, que participaram e perderam a disputa pelo terreno, e repartiram o pagamento do espaço onde está sendo erguido o empreendimento Marco Zero. A ação violou os itens do edital do leilão 2.1.1 b2 – que deixava claro que união formal de empresas só poderiam ocorrer no certame se tivesse registro em cartório antes da disputa – e 5.6 – que pontua que o pagamento deve ser feito exclusivamente pela arrematadora, no caso a Big Top 2.
“Na quarta-feira estarei no Fórum para conversar com promotores sobre esse caso. Vou apresentar as reportagens do Diário que mostraram esses novos elementos de irregularidade no leilão e pedirei o desarquivamento do inquérito. O Ministério Público vai dar resposta sobre essa questão que nos causa muita estranheza”, declarou o presidente municipal do PPS, o vereador Julinho Fuzari.
O Diário mostrou com exclusividade documentos que provam transferências financeiras feitas por Braido e Even aos cofres são-bernardenses, além de uma carta de intenções proposta por Bigucci às outras duas empreiteiras em que formalizou acordo de tocarem empreendimento imobiliário em conjunto, com cotas repartidas igualitariamente.
O leilão do terreno de 15,9 mil metros quadrados foi feito na gestão de William Dib (PSDB), que não comentou o caso. Em contrapartida, o governo atual, do prefeito Luiz Marinho (PT), defendeu a “lisura” do procedimento e citou que a área foi vendida dentro da lei.
“São duas irregularidades comprovadas que ocorreram no governo passado, do PSDB. Daí, entrou o PT na Prefeitura e diz que o processo foi transparente, sem problemas. É muito estranha essa relação. Esse caso veio à tona agora e mostra possível acordo (entre os partidos). Nós, do PPS, somos oposição, não temos nenhuma ligação com a gestão passada nem atual. Queremos que esse caso seja investigado pelo MP”, reforçou Julinho.
Para especialistas ouvidos pelo Diário, ferir as regras do edital “macula” o resultado do certame e pode gerar o cancelamento da operação. Apesar disso, o MP arquivou o inquérito alegando não haver indícios de dano ao erário e improbidade administrativa. Porém, a Corte pontuou que, havendo novos elementos, o processo poderá ser reaberto sem prejuízo da apuração.
A Big Top 2, a Even e a Braido negam que tenham cometido irregularidade. O argumento é em cima do término da parceria entre as três antes mesmo de Bigucci iniciar a construção do Marco Zero.
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