Política Titulo Reanálise
PPS quer reabertura do caso Marco Zero

Embasado em reportagens do Diário, presidente da sigla pede investigação do Ministério Público

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
18/04/2015 | 07:04
Compartilhar notícia
Andréa Iseki/DGABC


Embasado em reportagens do Diário, o diretório do PPS em São Bernardo vai se reunir com promotores do Ministério Público em São Bernardo para tentar provocar o desarquivamento do inquérito sobre eventuais ilegalidades ocorridas no leilão do terreno que pertencia ao município, situado no entroncamento das avenidas Kennedy e Senador Vergueiro, e que foi arrematado por R$ 14 milhões pela Big Top 2, de Milton Bigucci.

Após o certame, realizado em 10 de julho de 2008, a compradora da área se consorciou, no dia 15 de julho do mesmo ano, com a Braido Comercial e Administradora Ltda e Even Construtora e Incorporadora, que participaram e perderam a disputa pelo terreno, e repartiram o pagamento do espaço onde está sendo erguido o empreendimento Marco Zero. A ação violou os itens do edital do leilão 2.1.1 b2 – que deixava claro que união formal de empresas só poderiam ocorrer no certame se tivesse registro em cartório antes da disputa – e 5.6 – que pontua que o pagamento deve ser feito exclusivamente pela arrematadora, no caso a Big Top 2.

“Na quarta-feira estarei no Fórum para conversar com promotores sobre esse caso. Vou apresentar as reportagens do Diário que mostraram esses novos elementos de irregularidade no leilão e pedirei o desarquivamento do inquérito. O Ministério Público vai dar resposta sobre essa questão que nos causa muita estranheza”, declarou o presidente municipal do PPS, o vereador Julinho Fuzari.

O Diário mostrou com exclusividade documentos que provam transferências financeiras feitas por Braido e Even aos cofres são-bernardenses, além de uma carta de intenções proposta por Bigucci às outras duas empreiteiras em que formalizou acordo de tocarem empreendimento imobiliário em conjunto, com cotas repartidas igualitariamente.

O leilão do terreno de 15,9 mil metros quadrados foi feito na gestão de William Dib (PSDB), que não comentou o caso. Em contrapartida, o governo atual, do prefeito Luiz Marinho (PT), defendeu a “lisura” do procedimento e citou que a área foi vendida dentro da lei.

“São duas irregularidades comprovadas que ocorreram no governo passado, do PSDB. Daí, entrou o PT na Prefeitura e diz que o processo foi transparente, sem problemas. É muito estranha essa relação. Esse caso veio à tona agora e mostra possível acordo (entre os partidos). Nós, do PPS, somos oposição, não temos nenhuma ligação com a gestão passada nem atual. Queremos que esse caso seja investigado pelo MP”, reforçou Julinho.

Para especialistas ouvidos pelo Diário, ferir as regras do edital “macula” o resultado do certame e pode gerar o cancelamento da operação. Apesar disso, o MP arquivou o inquérito alegando não haver indícios de dano ao erário e improbidade administrativa. Porém, a Corte pontuou que, havendo novos elementos, o processo poderá ser reaberto sem prejuízo da apuração.

A Big Top 2, a Even e a Braido negam que tenham cometido irregularidade. O argumento é em cima do término da parceria entre as três antes mesmo de Bigucci iniciar a construção do Marco Zero.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;