O governo israelense ainda não acertou a data da retirada dos colonos judeus da Faixa de Gaza. O receio de novos atentados do grupo extremista Hamas é apontado como uma das razões para que a data seja tema de debates.

De acordo com o comando do exército de Israel, a retirada dos colonos deve ser adiada em seis meses. Outro fator para o adiamento é que, segundo os militares, o Hamas está se reforçando cada vez mais, enquanto o governo israelense não terminou os preparativos para transportar todos 8 mil judeus da Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, declarou que não atenderá aos pedidos dos militares e reforçou que a retirada dos colonos será nos dias 16 e 17 de agosto.

Um pedido de adiamento foi feito, mas por motivos religiosos, para atender às 'exigências' do calendário judeu. À época, a retirada, que aconteceria em 20 de julho, foi mudada para agosto a fim de ajustar-se ao período de luto hebraico, quando os judeus relembram a destruição de dois templos judaicos em Jerusalém.

O Hamas, após sucesso nas eleições municipais da Palestina, declarou que irá participar das eleições legislativas, previstas para 17 de julho. Preocupado com uma possível investida - uma vez que o Hamas já havia disparado morteiros e foguetes contra Gaza - dos extremistas na Faixa de Gaza, o vice-ministro da Defesa de Israel, Zeev Boim, disse que é impossível retirar os colonos sob tiros e que a questão deverá ser tratada pelos militares, caso os ataques continuem.

Outros ministros israelenses se declararam favoráveis a evacuação da Faixa de Gaza, enquanto o ministro de Relações Exteriores, Sylvan Shalom, preferiu o cancelamento do transporte de colonos. O vice-premiê, Shimon Peres, destacou que o Estado de Israel pode negociar com a Autoridade Palestina e combater o Hamas.