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Morte de bebê em creche preocupa pais
Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
04/08/2008 | 07:23
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A morte de Gabriel Santos Ribeira, 7 meses, em 25 de julho, na creche particular Pedacinho da Lua, na Capital, deixou as famílias brasileiras em alerta. No estabelecimento, a criança parou de respirar e, mesmo levado ao hospital, não resisitu. O Ministério Público investiga se houve negligência da creche.

Entre os pais surge a dúvida de como reconhecer a escola infantil ideal. Seguir uma série de recomendações de especialistas - desde checar a infra-estrutura até a proposta pedagógica da instituição - é uma das formas de garantir serviço de qualidade.

São estratégias que podem ajudar a diminuir os riscos de acidentes, mas não eliminá-los. Último levantamento do Ministério da Saúde, em 2005, mostrou que 714 crianças brasileiras de 0 a 4 anos morreram por conta de acidentes relacionados à respiração.

Assessor da Organização Mundial para Educação Pré-Escolar, Vital Didonet, orienta as famílias atentarem-se em pelo menos três itens antes de matricular seus filhos na rede de ensino: método de trabalho, espaço físico e higiene (principalmente da cozinha e banheiros). No caso das crianças maiores é importante que elas também conheçam o local para ver se há identificação com o aluno.

Outra dica é não relacionar qualidade com preços das mensalidades. "Este não pode ser um dos indicadores. Há creches caras, muito tradicionais. É importante que as instituições tenham atividades diversificadas. Nada de aula dirigida em sala normal. Não podemos ‘alunizar' as crianças antes dos 7 anos", frisa Didonet.

De acordo com o especialista, é importante que as escolas tenham programas educacionais com atividades lúdicas que explorem o desenvolvimento como aulas de pintura, colagem, música ou teatro. Apesar do Ministério da Educação oferecer parâmetros nacionais de qualidade para a educação infantil, o segmento é de responsabilidade da esfera municipal.

Para os bebês, o ideal é investir em espaços amplos para que eles engatinhem, além de ter berços protegidos com grades. "Mesmo que a criança tenha um bom lar, lucra muito se for para a escola depois de um ano. As casas são limitadas, não possuem variedade de jogos, livros e lazer. Além do mais, a interação com outras crianças é fundamental", diz o especialista.

O número de educadores para cada sala deve obedecer a seguinte escala: um para casa seis ou oito crianças de 0 a 2 anos; um para cada 15 de 3 anos, e um para cada 20 de 4 anos de idade. 

Daniel Breder Bessa tem 2 anos, mas desde que tinha 1 ele vai à uma escola particular em Santo André. "Antes fui conhecer a estrutura e sinto que os profissionais dão atenção às crianças. Me sinto segura, pois ele volta feliz para casa", diz a mãe Aline, 33 anos.

A assessora administrativa Alexandra Motta Ribeiro, 36, concorda. Sua filha Marcela, 2, freqüenta as aulas desde o ano passado. "Vi que o espaço era limpo, adequado e com muitas atividades. Acho isso importante para o desenvolvimento. Fiquei receosa com a morte do bebê em São Paulo, mas confio nos cuidados da instituição que escolhi."




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