Na luta contra o avanço do número de casos de dengue, a Prefeitura de São Caetano elaborou plano de contenção nas áreas que apresentam contaminação. Como parte das ações, ontem equipe realizou nebulização na Rua Capeberibe, no bairro Barcelona, onde quatro pessoas foram diagnosticadas com a doença.

Até o momento, foram registrados 71 casos no município, sendo 33 autóctones (contraídos na própria cidade). Em duas semanas, a região viu o número de infectados triplicar, passando de 68 casos autóctones de janeiro até o dia 12 de março para 252 até o fim da última semana.

O secretário de Saúde de São Caetano, Jesus Adalberto Gutierrez, supervisionou a ação de ontem e destacou a relevância da prevenção no combate à patologia. “Na segunda-feira organizamos palestra que contou com a participação de todos os segmentos da sociedade. O intuito foi alertar e conscientizar sobre as medidas que devem ser adotadas.” Ele também opinou sobre o papel da população. “É importantíssimo. Esperamos que ocorra fator multiplicador e que cada vez mais pessoas saibam como evitar a dengue.”

O secretário também pede que aqueles que sentirem os sintomas não tomem medicamento sem consultar o médico. “A orientação é que se procure a unidade de Saúde o quanto antes e que não tome remédio por conta própria”.

O plano de contenção do Aedes aegypti (vetor da enfermidade) na cidade inclui ainda outras ações, como explicou o diretor da Civisa (Centro Integrado de Vigilância à Saúde Oswaldo Cipullo), Caio Williams. “A partir do momento em que detectamos um foco de dengue, traçamos raio de nove quarteirões, onde é feita a nebulização, área que abrange aproximadamente 200 metros.” Segundo ele, quatro bairros da cidade são os mais afetados: Nova Gerty, Boa Vista, Barcelona e Olímpico. “Cada um deles registrou por volta de cinco casos. Nesses locais se concentrará a luta contra a dengue”, garantiu Williams.

Moradora da Rua Capeberibe, Cleusa Maria Brás Negroni, 65 anos, contraiu a patologia há um mês e conta que passou por momentos difíceis. “Foi horrível. Frequentei o posto de Saúde diariamente para tomar soro, sentia muita dor, tinha vômito. Ainda não estou curada, tenho tremedeira e fraqueza.” Ela conta que, em sua residência, sempre adotou medidas contra a proliferação do vetor. “Nunca deixei água parada nos pratos das plantas e sempre peço para olharem o telhado.”

Vizinha de Cleusa, a aposentada Odete Malerba Linhares, 82 anos, também foi diagnosticada e se disse satisfeita com o cuidado que recebeu da Saúde municipal. “Fiquei oito dias internada. Os alertas da Prefeitura são eficientes, embora sempre há o que melhorar. Agora, passado esse susto, espero que as medidas funcionem e que essa doença nunca mais volte.”