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Santo André tem um táxi para cada 1.685 pessoas

Município mantém frota há 30 anos; Capital
tem quase cinco vezes mais veículos do tipo

Daniel Macário
Especial para o Diário
02/04/2015 | 07:00
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Ari Paleta/DGABC


Quem precisa de táxi em Santo André deve ser paciente. Apesar do aumento de 28,2% no número de habitantes de 1985 a 2014 (veja tabela ao lado), o município mantém a frota do serviço há 30 anos. São apenas 420 motoristas licenciados, um para cada 1.685 moradores. A população atual é de cerca de 707,6 mil pessoas.

O número de táxis por habitantes no município é quase cinco vezes menor que o da Capital, que possui 34 mil veículos, segundo a Adetax (Associação das Empresas de Táxi do Município de São Paulo), um para cada 349 moradores.

Além do crescimento da população, nos últimos anos a cidade ganhou centros hospitalares, shoppings e prédios empresariais. Mesmo assim, a quantidade de taxistas por habitante é menor que São Caetano, que possui menos moradores (157,2 mil pessoas, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O município vizinho tem média de 491 passageiros por carro, com total de 320 motoristas licenciados.

Sem abertura de concessões para novos alvarás de licenciamento, moradores relatam dificuldades para utilizar o serviço. Ontem, após passar por consulta médica no Centro de Santo André, a aposentada Iolanda Adrião, 69 anos, chegou a passar mal esperando um carro. “Já faz 40 minutos que estou aqui e nada. O pior de tudo é o calor”, relata a moradora do bairro Barcelona, em São Caetano, que em janeiro realizou cirurgia de ponte de safena no coração.

A falta de veículos é tão comum que muitos chegam a estacionar carros em pontos de táxi vazios. Foi o que a equipe do Diário constatou ontem no Ponto 32 – Aramaçan, localizado na Rua Cruzeiro do Sul com Avenida Dom Pedro I. “Aqui só tem um carro. Muitas vezes, à noite, quando o pessoal sai do comércio, acaba procurando meu estabelecimento para pedir taxista por telefone. De manhã vira estacionamento para carro comum”, relata um comerciante da via.

Já no Ponto 5 – Carrefour, localizado na Praça Quatorze Bis, o problema é a ausência total de veículos. Nos 50 minutos em que a equipe de reportagem permaneceu no local, nenhum veículo apareceu. Além de ter um hipermercado em frente ao local de parada, há ainda demanda de passageiros que frequentam o Atrium Shopping e profissionais da empresa de telecomunicação TIM.

Na opinião do presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de Santo André e Região, Odemar Ferreira, a demora existe, mas acontece por outro problema. “Não faltam táxis. Os carros acabam ficando parados no trânsito e, por isso, levam mais tempo para chegar aos pontos.”

Entretanto, para o secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, Paulinho Serra (PSD), o problema é ocasionado por junção de fatores. “Os números baixos traduzem o que temos verificado na prática. Nosso sistema está desatualizado. Novos equipamentos públicos surgiram e, além de não aumentar a frota, não foi feito nada para atender esses locais. O problema do trânsito também é real. Além disso, precisamos deixar claro que Mobilidade Urbana envolve tudo, inclusive os taxistas. Por isso, estamos fechando um estudo para sanar esses problemas”, garante. 

REAJUSTE

Não bastasse sofrer com a falta de taxistas, usuários do serviço terão pela frente reajuste na tarifa. Segundo o presidente do sindicato da categoria, a reunião com os sete prefeitos da região está programada para a próxima semana.

“Iniciamos as conversas, mas o valor do reajuste só será definido nos próximos dias. O percentual deve variar entre 13% e 14%”, estima Ferreira.

 

Atualmente, a bandeira – valor cobrado do passageiro no início da corrida – custa R$ 4. Pelo quilômetro rodado, paga-se R$ 2,42 na bandeira 1 (de segunda a sábado, das 6h às 20h) e R$ 2,91 na bandeira 2. A hora lenta ou parada vale R$ 25,56.  




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