Por que esta menina de 10 anos se interessa em saber a história do Grande ABC? Por causa do Diarinho. Na edição do suplemento infantil do Diário de 19-5-2013, uma pauta genial mexeu com a molecadinha da novíssima geração: quem são os descendentes daqueles nomes que aparecem nas placas das nossas ruas?

Os primos Letícia e Murilo foram chamados a participar. Pelo avô, o advogado e cronista José Bueno Lima, ficaram sabendo que são parentes de Gertrudes de Lima e do coronel João Baptista de Oliveira Lima, ruas muito próximas uma da outra no Centro histórico de Santo André.

Murilo e Letícia foram fotografados pelo Orlando Filho, repórter-fotográfico do Diário. Tiveram sua história contada no Diarinho, juntamente com a de outros alunos do Grande ABC cujos antepassados dão nomes a logradouros públicos. Guardaram a reportagem. E a vida continuou.

Letícia tinha 8 anos. Hoje, com 10, não teve dúvidas quando a professora encomendou trabalho de cunho histórico. Quis saber tudo sobre o antepassado distante e famoso da Coronel Oliveira Lima.

Ela cursa a 5ª série do Colégio Arbos, de Santo André. E tem se surpreendido com a pesquisa. De fato, Oliveira Lima brilhou no tempo da República Velha, como presidente da Câmara de São Bernardo, à época abrangendo todo o espaço físico do Grande ABC dos dias atuais – e o mandachuva do Legislativo tinha mais poderes que o alcaide-prefeito.

Torcemos para que Letícia tire 10 no seu trabalho. E que prossiga nas pesquisas. Na família, ela tem bons exemplos, como o avô Bueno Lima e o tio distante, são-bernardense, Antonio Russo Neto, que pesquisa a história familiar. E pelo menos dois autores cuidam de biografar os nossos logradouros públicos: Sonia Xavier, a presidente da Fundação Pró-Memória de São Caetano, e Walter Adão Carreiro, autor de belíssimo livro sobre as esquinas de Diadema.

Letícia vem para dar sequência a este trabalho, e pode fazer história, inspirando outros colegas, a exemplo do que faz a bela equipe do Diarinho.

Os sinos que tocam belas melodias

Texto: Gabriel Arcanjo Nogueira

Parafraseando o poeta e pregador inglês, John Donne, por quem os sinos de uma igreja dobram? Foi-se o tempo em que era apenas para chamar os fiéis à missa ou para divulgar anúncio fúnebre. A Paróquia São José, em Baeta Neves, há 12 anos conta com um carrilhão eletrônico Belltron, de origem italiana. Sistema que, segundo o fabricante, alia tradição e inovação por oferecer instrumento musical programado para todo o calendário litúrgico.

Algumas dessas músicas tocam, todo dia, às 8h, ao meio-dia e às 18h. Mas basta escolher, pelo número, uma das 500 programadas, ao gosto da paróquia, para que seja colocado no ar, por meio de quatro cornetas, o som adequado a cada ocasião ou data comemorativa.

Depois de sofrer séria avaria e já devidamente providenciado um sistema novinho em folha, os sinos do Baeta dobram pela comunidade. Afinal, nenhum de nós é uma ilha, “completa em si mesma”, segundo Donne.

Santos do dia

- Na estampa, São Valério. Francês (565-619). Converteu milhares de pagãos. Fez muitos discípulos.

- Hugo de Grenoble

- Ludovico Pavoni

- Teodora

Hoje

- Dia do Trote

- Dia da Mentira

- Dia do Humorismo

Municípios Paulistas

- Aniversariam hoje: São Miguel Arcanjo (1889) e Arealva (1949).

Diário há 30 anos

Domingo, 31 de março de 1985 – ano 27, nº 5788

Abastecimento – No primeiro dia de comercialização de leite a granel em São Bernardo, o comitê de mulheres da cidade, que inaugurou ontem duas unidades distribuidoras, vendeu aproximadamente 3.000 litros, superando suas próprias expectativas. O projeto piloto desenvolve-se em três municípios da Grande São Paulo.

Habitação – Favelas se urbanizam. E continuam crescendo. Reportagem de Antonio Catelani e Alberto Murayama (fotos).

Benemerência – Auxílio à Santa Casa, nova atitude do empresário Salvador Arena, da Termomecânica, em São Bernardo.

Em 31 de março de...

1895 – Vereador Gustavo Rathsan indica à Câmara de São Bernardo a colocação de quatro lampiões na Rua Dr. Flaquer, dez na Rua Marechal Deodoro, três na Rua Américo Brasiliense, três na Rua Bela Vista e dois na Rua Municipal, localizadas na Vila de São Bernardo.

1915 – Fixa residência em Santo André Alberto Gomes Pinto, agricultor em Avaré; visita o distrito o Dr. Emílio Ribas, ex-diretor do Serviço Sanitário do Estado.

1930 – Pernilongos tomam conta da estação ferroviária de Santo André e proximidades, em especial junto ao Rio Tamanduateí. Com apenas dois funcionários, a Inspetoria de Higiene não consegue combater a praga. Prefeitura afixa aviso ameaçando multar os donos de terrenos que não cuidam de combater os mosquitos.

1970 – A indústria ceramista Cerqueira Leite, de Mauá, encerra atividades.

- Fundado o Mocidade Futebol Clube, de Mauá.

- Começam a circular os ônibus pelas Vilas Cecília Maria e Junqueira, em Santo André. Até então, os coletivos paravam na Vila Helena. O benefício foi conquista de um grupo de mulheres da Rua Bororé: Anita Verturi, Olga Maschio Dalberto, Darci Abelha e Irene Vasconcelos, da Vila Cecília Maria, que reuniram centenas de assinaturas.

1975 – Deputado estadual Osmar Ribeiro Fonseca propõe a criação e instalação de um hospital de clínicas no Grande ABC. Para a matéria, obtém 45 assinaturas, entre as quais a do líder do seu partido, Alberto Goldmann, que chegaria ao governo do Estado.

- Frei Damião visita Santo André. É aclamado por milhares de pessoas defronte à igreja de São Camilo, em Camilópolis. A Rua do Centro é atapetada e enfeitada com bandeirolas para recebê-lo.

- Prefeitura de São Caetano anuncia a desapropriação do Cine Max.