Um trio habituado a aplicar o golpe do falso sequestro por telefone escolheu na sexta-feira a vítima errada e foi preso em flagrante pela polícia por extorsão, na Vila Euclides, em São Bernardo.

Por volta das 17h, Eduardo Rocha Barbosa, 31 anos, Carlos Roberto Borges dos Santos, 21, e Amanda Chaiane, 20 - que moram na Capital -, discaram aleatoriamente para uma sequência de números e anunciaram para o interlocutor que atendeu ao chamado que haviam rendido sua namorada, exigindo pagamento de R$ 100 mil como resgate.

Do outro lado da linha estava um policial civil, que fingiu acreditar no suposto sequestro para atrair e prender os criminosos. Depois de pouco mais de meia hora de negociações, o trio teve sua solicitação de resgate aceita.

"A mulher era usada para fazer o papel da suposta sequestrada, ficava gritando ao fundo e fazendo pedidos de socorro, para que a vítima acreditasse", afirmou o delegado responsável pela equipe do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) de São Bernardo, Mitiaki Yamamoto.

Detenção - O policial disse aos criminosos que trabalhava perto de uma delegacia - o que não intimidou o trio -, combinou que havia colocado o dinheiro em uma sacola e depositado o volume próximo a uma residência, nas imediações da sede da Delegacia Seccional de São Bernardo. Depois que o trio pegou a sacola, foi preso em flagrante.

Barbosa havia saído da penitenciária onde estava detido pelo mesmo crime de extorsão há 13 dias. Ele e Santos, que moram no Butantã, na Zona Oeste de São Paulo, foram recolhidos para o CDP (Centro de Detenção Provisória). Grávida de oito meses, Amanda, que mora na Zona Leste, no bairro de Sapopemba, foi levada para a Cadeia Pública Feminina.

Segundo o delegado, o trio admitiu que havia praticado o crime em outras ocasiões e conseguido extorquir dinheiro de vítimas com o suposto golpe do sequestro.

Pelo Código Penal, o crime de extorsão prevê aplicação de multa e pena de quatro a dez anos de reclusão.