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Otimismo do empresário industrial recua em março
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
19/03/2011 | 07:30
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O otimismo do empresariado brasileiro que atua na indústria recuou 1,3 ponto em março, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria). Em escala onde valores acima de 50 pontos indicam boas perspectivas para os próximos seis meses, o índice ficou em 60,5 pontos, o menor patamar desde outubro de 2009.

Segundo a entidade, o Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial), acumula retração de 7,2 pontos na comparação com março do ano passado, mostrando que a confiança do setor industrial é menos disseminada em 2011.

No Grande ABC, o otimismo do empresariado foi abalado com as sucessivas altas na Selic - a taxa básica de juros. O diretor da Ecoplas, de São Caetano, Claudio Almiro Armidoro, pontua que a expectativa de crescimento no primeiro semestre foi reduzida.

"Tinha programado a compra de máquinas de automação até junho, mas tudo indica que não acontecerá. Com o ritmo de consumo diminuindo não tenho como investir." A Ecoplas atua na produção de cabos de acionamento para a indústria automobilística.

Armidoro prefere esperar o segundo semestre para ver qual será o cenário antes de investir na renovação do maquinário. "Inflação e taxa de juros subindo são prejudiciais ao negócio", critica.

O indicador da CNI aponta que entre as menores fábricas houve queda de dois pontos em relação a fevereiro deste ano e 6,3 pontos na comparação com março do ano passado.

Entre as grandes indústrias a situação foi um pouco diferente. O recuo foi 1,3 ponto menor em relação ao segundo mês do ano. Entretanto, na comparação com março de 2010, o tombo foi maior, de 7,3 pontos.

Para o proprietário da pequena fabricante de molas, artefatos e arames mauaense Metalmech, Emanuel Teixeira, o cenário de alta na taxa de juros deve mudar nas próximas semanas, visto que representantes do setor vão se reunir com a presidente Dilma Rousseff pedindo que não ocorram novas alterações na Selic.

"A expectativa para que a taxa de juros seja mantida é positiva. Prazos menores para financiamento refletem na operação da empresa", diz Teixeira. Para ele, Dilma não está seguindo muito a cultura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.




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