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Viagem entre cidades abrange 35% da região

Ao todo, 889,6 mil pessoas deixam município onde vivem para trabalhar e estudar diariamente

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
26/03/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


 Na região, 889,6 mil moradores se deslocam regularmente para trabalhar ou estudar em municípios diferentes daqueles onde moram. O número, que corresponde a 35% da população das sete cidades, integra estudo divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre concentrações urbanas e arranjos populacionais, com dados de 2010.

O Grande ABC está incluído na Grande Concentração Urbana de São Paulo, formada por 36 municípios da Região Metropolitana, onde 1,7 milhão de pessoas sai da cidade onde mora para trabalhar ou estudar. O maior deslocamento entre municípios do País é o eixo Guarulhos/São Paulo, onde 146,3 mil viajam entre as duas cidades.

No Grande ABC, o maior fluxo entre municípios é registrado no eixo São Bernardo/São Paulo, com 82,2 mil deslocamentos. A segunda maior locomoção ocorre entre Santo André e a Capital, com 71,8 mil viagens. Além disso, 59,8 mil se deslocam entre Diadema e São Paulo. Outros 69,7 mil moradores de Santo André migram para São Bernardo para suas atividades e 52,4 mil pessoas saem de Diadema para trabalhar ou estudar em São Bernardo. Não há dados sobre São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, já que o IBGE só considerou fluxos acima de 50 mil pessoas.

Em todo o País, são 7 milhões de habitantes na mesma situação da analista de recursos humanos Shirlei Schilink, 44 anos. Ela mora em São Bernardo e trabalha na Capital. “Sonho em encontrar emprego perto de casa, mas a melhor oferta foi em São Paulo.” A cidade não conta com transporte por trem até a Capital. Por isso, Shirlei aderiu à moto. “Apesar dos riscos, o tempo de viagem passou de quase duas horas para 35 minutos.”

Outro que mora e trabalha em cidades diferentes é o recepcionista bilíngue Thiago Pizzol, 25. O morador de Santo André enfrenta ônibus, trem e Metrô todos os dias até a Capital. “É cansativo e temos de contar com os possíveis atrasos, mas vale a pena porque tenho mais benefícios que se trabalhasse aqui na região.”

O professor de Mobilidade Urbana da UFABC (Universidade Federal do ABC) Humberto de Paiva Junior ressalta que é natural que o deslocamento dos moradores da Região Metropolitana seja cada vez maior, tendo em vista a busca por qualidade de vida e, com isso, morar longe do trabalho. “O problema são as consequências com gasto maior de energia e combustível, além da sobrecarga do sistema de transportes”, diz.

LINHA 18-BRONZE

O governo do Estado publicou ontem edital para início do cadastramento dos imóveis localizados na área de obras do monotrilho da Linha 18-Bronze para desapropriação. A ação será realizada pela Geotec Consultoria Ambiental. A previsão é que o ramal, que ligará a Capital a São Bernardo, passando por São Caetano e Santo André, fique pronto até o fim de 2018.




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