Setecidades Titulo Lixo
Sem acordo, greve dos garis continua

Embora prefeituras tenham anunciado plano B
para coleta, os resíduos acumulam-se nas ruas

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
Nelson Donato
Especial para o Diário
25/03/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


A audiência realizada na sede do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), na tarde de ontem, na tentativa de encerrar a greve dos coletores de lixo na região, não teve êxito. A paralisação afeta ainda cidades da Grande São Paulo e Interior.

Com salários de R$ 939 (varredores) e R$ 1.115 (coletores), a categoria pede 11,73% de reajuste. No encontro no TRT, o desembargador Wilson Fernandes reiterou a proposta oferecida à Federação dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação Ambiental, Urbana e Áreas Verdes no Estado de São Paulo, de 9,5% de reajuste. Porém, o Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo) posicionou-se contrário e informou que só chegaria ao limite de 7,68%, o que não foi aceito pelos trabalhadores, assim como na sexta-feira. Não há previsão de outra audiência nem do fim da paralisação.

A greve ocorre desde segunda-feira. Segundo o presidente do Siemaco ABC (Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Manutenção em Áreas Verdes Públicas e Privadas), Roberto Alves da Silva, 30% do efetivo aderiu, mas a entidade se mobiliza para endossar o movimento. “A proposta do Selur é bem inferior ao reivindicado e estamos conscientizando a categoria”, disse. O Grande ABC conta com 2.500 trabalhadores.

Apesar de 70% do serviço estar em funcionamento e de as prefeituras terem declarado que fariam esquemas emergenciais para recolhimento dos resíduos, o acúmulo de lixo já preocupa. Na Rua Piauí, no bairro Santa Paula, em São Caetano, o fato interfere na rotina de moradores e comerciantes, como é o caso do padeiro Edson Marciano de Lima, 36 anos. “Guardamos a sobra em um compartimento especial que está quase na capacidade máxima. Não podemos jogar na calçada, pois os cachorros rasgam os sacos.”

Na Vila Assunção, em Santo André, o lixo toma conta das calçadas. “Vou perder tempo e dinheiro para achar local apropriado para o descarte. Espero que esse impasse seja resolvido logo”, reclamou a proprietária de uma papelaria, Marli Marques Pachari, 70. Nas ruas do Sítio dos Vianas, a situação também era crítica.

O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informou que ontem fez a coleta emergencial, com equipe própria e escolta da GCM ( Guarda Civil Municipal).

Em São Bernardo, a administração disse que a SBC Valorização de Resíduos não aderiu à greve e está mantendo o efetivo nas ruas. O Executivo ressaltou que a afirmação do sindicato de que teria contratado 200 temporários sem preparo não procede.

Em Diadema, a coleta será realizada em equipamentos públicos de Saúde e nas vias principais.

Em Mauá, a Secretaria de Serviços Urbanos estuda medidas emergenciais, caso a paralisação se prolongue.

Ribeirão Pires disponibilizou seis caminhões para a coleta diariamente, das 8h às 18h, até sexta-feira, apenas nas principais avenidas, e orienta que o morador descarte seu lixo na vicinal mais próxima de sua residência.

São Caetano não retornou as informações e Rio Grande da Serra é o único município que não integra a paralisação.




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