O governo Luiz Marinho (PT) confirmou ontem que a secretária de Educação de São Bernardo, Cleuza Repulho (PT), vai comparecer hoje à sessão na Câmara. Ela terá, por imposição de Marinho, 45 minutos para tentar justificar o corte na merenda, que atinge 80 mil alunos, de 5 a 10 anos, de 200 escolas do Ensino Fundamental.

Como não há no regimento interno da Casa ou na LOM (Lei Orgânica do Município) regras de sabatinas com secretários, Marinho pressionou a base para dar amplo tempo de argumentação para Cleuza. Ela terá 20 minutos iniciais para explicar o plano de alimentação da rede pública.

Depois, cada um dos 28 vereadores terá três minutos para questões à titular da Educação no município. Cleuza, então, poderá utilizar mais 20 minutos para respostas aos parlamentares, que, por sua vez, contarão com dois minutos para considerações finais. A secretária encerrará o encontro com mais cinco minutos.

A oposição reclamou da composição da sabatina, alegando pouco tempo para expor todos os problemas relatados por pais de alunos. Desde janeiro, apenas lanche é servido às crianças – antes, almoço e café da manhã estavam à disposição.

Para tentar dissipar manifestações na sessão, Cleuza encaminhou carta a pais de alunos e vereadores alegando que o plano alimentar reduziu os índices de açúcares na merenda.

“Com o novo cardápio, foram retiradas quase 50 toneladas de açúcar, o que provocou a redução das cáries e o aumento da qualidade de vida dos nossos alunos. Trocou-se, por exemplo, a guloseima pela fruta na hora do lanche, uma opção mais nutritiva e mais fácil de ser digerida e que reduziu a falta de apetite na hora da refeição seguinte”, comentou.