Política Titulo Política econômica
Vereador do PT fará repúdio à gestão Dilma

Único petista em São Caetano, Pio Mielo reclama da política econômica do governo federal

Caio dos Reis
Especial para o Diário
12/03/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


O único vereador do PT na Câmara de São Caetano, Pio Mielo, quer protocolar duas moções na próxima sessão do Legislativo, na terça-feira, que envolvem a política econômica do governo federal, capitaneado pela correligionária Dilma Rousseff. A primeira, e mais polêmica, será de repúdio às decisões da equipe de Finanças da União, que tem aplicado contenção de investimentos em áreas sociais e revisão de direitos trabalhistas, como seguro-desemprego. A outra é de apoio à Caixa ser 100% pública, contra especulação de abertura de capital ao mercado.

Pio condenou a alta taxa de juros, gerando desestímulo de investimentos, como causa para moção de repúdio a algumas decisões da equipe econômica, chefiada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “Eu acho que é um erro o Brasil ter uma taxa de juros a 12,75% ao ano, por exemplo. Com isso você desencoraja o desenvolvimento e o crédito”, frisou.

Apesar da possível moção de repúdio ao governo da correligionária, o parlamentar foi cauteloso ao tratar o tema. “Estou no PT e tenho orgulho de estar neste partido, mas a gente precisa ter um posicionamento muito claro daquilo que a gente defende.”

O ajuste fiscal sustentado por Levy e Dilma gerou insatisfação no PT como um todo. A senadora Marta Suplicy (PT) tem liderado série de críticas públicas de representantes da sigla às decisões da chefe da Nação. Internamente, até mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenou alguns pontos dos projetos de revisão financeira do País.

Caso a proposta cause polêmica no petismo, Pio já estudou alternativa: aplaudir a CUT (Central Única dos Trabalhadores), organizadora de ato marcado para amanhã em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da Petrobras, da democracia e reforma política. Apesar de não estimar a quantidade de presentes no ato, 15 instituições de diferentes regiões do Brasil assinaram o manifesto da CUT. Pio elogiou a atividade e disse que entidade “tem opinião muito clara”.

CAIXA
Desde o fim do ano passado, o governo federal acena com a possibilidade de a Caixa Econômica Federal deixar de ser 100% pública, abrindo espaço para aporte privado. Porém, a reação do cenário econômico quanto aos desdobramentos da investigação Operação Lava Jato e a dificuldade em realizar a mudança em ano de retração da economia brasileira podem fazer a decisão não ir para frente.

Na sexta-feira, o comitê nacional em defesa da Caixa 100% Pública, criado no dia 25 de fevereiro, integrado pela por diversas entidades sindicais, protocolou pedido de audiência com Miriam Belchior, presidente do banco público. O intuito do encontro é reforçar a posição do grupo em relação ao fechamento de capital privado na instituição financeira.

No dia 5 de março, o Sindicato dos Bancários do Grande ABC realizou, em Santo André, o seminário A Caixa que Queremos, que contou com participação de conselheiros da instituição e de entidades do movimento sindical.

A partir desses fatos surgiu a moção de apoio à Caixa ser 100% pública, que deve ser protocolada por Pio na próxima sessão em São Caetano. “Sou veemente contrário à possibilidade de a Caixa vir abrir um capital em Bolsa (de Valores). É um erro se de fato for adiante.”  




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