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Embora a Caixa Econômica Federal tenha liberado 30% do valor dos projetos, o Canal da Maternidade, com 840 metros de extensao, ladeado por dupla pista, ciclovia e canteiros urbanizados, continua até hoje na planta. A estaçao de tratamento nao passou dos alicerces. Setenta por cento da populaçao da capital do Acre ainda hoje padece com a falta de água tratada.
Denúncias de corrupçao envolvendo o entao ministro do Trabalho, Antônio Rogério Magri, apontavam para um superfaturamento de 140% no valor da obra do Canal da Maternidade. Em março de 1992, o governador Edmundo Pinto suspendeu a construçao. Dois meses depois, em 17 de maio, foi assassinado.
O engenheiro Vandervan Rodrigues, autor dos projetos do canal e da estaçao de tratamento e à época presidente da Companhia de Habitaçao do Acre, também foi morto meses depois. Há suspeitas de que o seu assassinato tenha sido queima de arquivo.
Em maio de 1999, a Justiça Federal cancelou o contrato com a Norberto Odebrecht. A construtora recorreu, mas em seguida retirou o processo. Agora, o governo estadual prevê que até 15 de agosto vai conseguir assinar um novo convênio com a Caixa Econômica Federal e assim, lançar outra licitaçao. As obras foram separadas: o Canal da Maternidade agora está orçado em R$ 20 milhoes e a estaçao de tratamento em R$ 14 milhoes.
Na 3ª Vara da Justiça Federal em Rio Branco, tramita processo contra 42 acusados de envolvimento no esquema de desvio de recursos destinados às duas obras. O Ministério Público Federal ofereceu denúncia criminal contra 14, que foram enquadrados na lei de crimes do colarinho branco.
Ficha técnica - Início: outubro de 1991 Paralisaçao: março de 1992 Motivo: suspeita de superfaturamento Custo estimado: US$ 140 milhoes Custo refeito: Canal da Maternidade - R$ 20 milhoes
ETA-Sobral II - R$ 14 milhoes Fonte: Caixa Econômica Federal (recursos do FGTS) Situaçao atual: 42 pessoas processadas pela Justiça Federal, 14 delas em açao por crime do colarinho branco pelo Ministério Público Federal. As obras podem ser retomadas em agosto com assinatura de convênio entre governo do Acre e CEF.
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