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Universitários saem das
aulas e vão para a farra
William Novaes
do Diário do Grande ABC
29/08/2011 | 07:26
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Uma boa parcela dos universitários da região troca as salas de aula pela farra com álcool e drogas no período em que deviam estudar. Tudo isso ocorre nos arredores dos estabelecimentos de Ensino Superior no Grande ABC. Os bares e as calcadas são os principais lugares onde centenas de alunos consomem excessivamente bebidas alcoólicas e drogas ilícitas, sem qualquer pudor.

Principalmente à sextas-feiras, em alguns dos maiores centros universitários da região, ocorrem as mini-raves, como os próprios estudantes dizem. As ruas são tomadas por jovens que prejudicam o trânsito e os moradores das proximidades.

A equipe do Diário acompanhou a rotina de todos os lugares que oferecem o curso superior na região, durante três semanas, e constatou o tráfico de entorpecentes e consumo nas vias públicas, e sobretudo, e mais comum, jovens embriagados. Assim como carros com som superpotentes, sendo que a música preferida é o funk, em pelo 20 das 26 faculdades e universidades visitadas.

Os estudantes não se preocupam nem com a passagem de viaturas da Polícia Militar. Os cigarros de maconha são preparados no meio das rodinhas de amigos, seja em Santo André, São Bernardo ou São Caetano.

Também acontece o desrespeito às leis de trânsito, com motociclista sem capacete ou fazendo malabarismo com as motocicletas, carros em alta velocidade e motoristas visivelmente bêbados.

Segundo o psiquiatra Arthur Guerra, um dos coordenadores do primeiro levantamento sobre o consumo de álcool, tabaco e drogas entre universitários brasileiros e professor da Faculdade de Medicina do ABC, nunca se utilizou tantas drogas e álcool nas imediações das universidades.

Rave a céu aberto - "O cenário que encontramos é extremamente preocupante. Sabíamos que existia, mas não tínhamos ideia do tamanho do problema", comenta o especialista.

A Rua do Sacramento, no Rudge Ramos, em São Bernardo, é o lugar de maior baderna da região. Os universitários começam a beber no começo da noite. Nas proximidades da universidade existem pelo menos oito bares e todos com clientes.

O mais inusitado é que o 2° Distrito Policial da cidade fica a menos de 300 metros de onde a rua é tomada por mais de 200 pessoas, a partir das 21h. A festa só termina na madrugada.

Segundo moradores, a sexta-feira é o pior dia para chegar em casa após as 22h. Alguns perdem até 40 minutos em um trajeto de poucos metros. A algazarra é contínua.

"Não tem jeito, todos os últimos dias da semana é assim. Estou cansado de reclamar e ninguém fazer nada", conta o metalúrgico Rogério, 56 anos, que tem medo de se identificar, devido à represália dos donos dos estabelecimentos.

Em Santo André, nas imediações da Avenida Industrial, no bairro Campestre, a situação não é muito diferente. Basta chegar o intervalo do período noturno, nas aulas de quinta e sexta-feira, para os alunos invadirem os bares e acabar com o sossego de quem reside nas proximidades.




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