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Agências baixam dólar para atrair consumidor

Com a alta da moeda, algumas operadoras chegam a reduzir o câmbio de R$ 2,74 a R$ 2,33

Marina Teodoro
Especial para o Diário
27/01/2015 | 07:27
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Ari Paleta/DGABC


Quem pretende viajar para o Exterior neste ano pode encontrar ofertas atrativas mesmo com o dólar nas alturas. A moeda, que fechou em R$ 2,74 ontem, tem inibido o consumidor, fazendo com que ele opte por rotas nacionais.

É o caso da advogada Luiza Coutinho, 35 anos, de São Caetano, que decidiu trocar a lua de mel em Orlando (Estados Unidos) para Natal (Rio Grande do Norte). “Com o dólar mais caro, acabamos ficando com medo de viajar para fora. Como tínhamos uma quantia limitada, escolhemos um destino aqui no Brasil mesmo.”

Justamente pela mudança de itinerário do consumidor, operadoras de turismo têm oferecido câmbio reduzido em pacotes internacionais. “A primeira impressão (do cliente) é escolher destino nacional por conta do preço do dólar. Mas, ao cotar um pacote no Exterior, ele acaba fechando, porque a oferta das operadoras está valendo a pena”, conta o gerente comercial William Gibini, da RC Viagens, de Santo André. De acordo com Gibini, operadoras como a CVC têm diminuído a cotação da moeda norte-americana de R$ 2,74 para R$ 2,33.

Para o proprietário da JVS Tour, de São Caetano, Manuel Nogueira, ainda é cedo para fazer uma previsão de como será a procura por destinos externos neste ano, mas a estabilidade do dólar é um aspecto favorável. “O brasileiro não gosta dessa variação do câmbio. Com a moeda em um patamar fixo, a expectativa é que seja melhor que 2014, também por conta dos feriados”, comenta Nogueira, ao se referir aos dez fins de semana prolongados ao longo de 2015.

PROGRAME-SE - Aos que têm condições de escolher a data da viagem, é melhor optar por períodos menos badalados, sugere o gerente comercial Márcio Fernandes, da Qualituri Viagens, de Santo André. “Até as companhias aéreas sentiram necessidade de atrair o consumidor e estão reduzindo o dólar em baixa temporada para destinos mais procurados, como os Estados Unidos e a região do Caribe”, a exemplo de Cancún.

Fernandes comenta que, neste Carnaval, as opções de resorts no litoral norte da Bahia, em Porto Seguro e no Nordeste, em geral, têm substituído destinos internacionais. Ele alerta que, quem deixou para comprar a viagem na última hora, vai encontrar tarifas bem elevadas. “Agora seria legal pensar nos outros feriados, com bloqueios e fretamentos já disponíveis.”

BOM MOMENTO - De acordo com especialistas, o momento é favorável às viagens internacionais, já que, devido ao cenário de incertezas, tanto na economia brasileira quanto na Europa e nos Estados Unidos, que ainda não se recuperaram da crise internacional, lá fora os preços praticados estão menores que os habituais e, a tendência, é que o dólar suba até o fim do ano.

Segundo o consultor financeiro e professor do Instituto Educacional BM&FBovespa André Massaro, as perspectivas da moeda norte-americana em relação ao real não são boas, e o futuro é incerto. “Quem conseguir viajar nas circunstâncias atuais, não deve esperar”, comenta Massaro, que também orienta que, “o que não se deve fazer, é se endividar para viajar”.

Com a economia atual enfraquecida, o professor de Finanças da FGV Samy Dana comenta que é preciso fazer as contas na ponta do lápis para não ser surpreendido. “As agências dão desconto na passagem e na hospedagem, mas é preciso levar em conta os outros custos que não terão essa conversão mais barata”, diz, referindo-se ao dinheiro em espécie ou cartão que o turista precisa levar para custear suas despesas durante sua viagem.
 




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