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Feijóo critica Emenda 3 e aposta em nova onda de industrialização
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
27/05/2007 | 07:01
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“É de uma burrice tão absurda que não entendo como os empresários embarcam nessa bobagem que tirar direito do trabalhador é lucro para eles.” Essa é a visão que José Lopez Feijóo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – que representa 110 mil trabalhadores da região – em relação à Emenda 3 da lei que criou a Super-Receita.

Para o dirigente com 25 anos de atuação no movimento sindical, o texto da emenda – que tira dos fiscais a função de fiscalizar as relações de trabalho entre uma empresa e o prestador de serviço – vai contra as tendências mundiais das leis trabalhistas e ainda retira o direitos dos trabalhadores e as conquistas de toda a luta promovida pela classe.

Feijóo também faz parte da executiva nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), entidade pela qual foi presidente estadual em São Paulo por três mandatos.

Há duas semanas passou a representar o Grande ABC e a classe trabalhadora no CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República), cargo que assume pela primeira vez a convite do próprio presidente Lula.

O sindicalista mantém suas apostas no Grande ABC e acredita que as empresas estão mudando suas percepções diante do que a região as oferece. Há duas semanas, Feijóo foi a uma nova empresa instalada em São Bernardo para recepcionar mil trabalhadores. E acredita que novos investimentos devem chegar com as perspectivas que as sete cidades apresentam para o futuro.

Com essa visão, o dirigente rebate a teoria do “Custo ABC”. “Os custos do trabalhador no Brasil estão entre os mais baixos do mundo. E para um País entre as 10 maiores economias do planeta, ganhamos muito mal. Tem intelectual mal intencionado que diz que o salário do trabalhador dobra com encargos sociais. Isso é mentira. Os encargos giram em torno de 32%”, rebate.

Quanto à Volkswagen, Feijóo acredita que a reestruturação não deverá chegar até o fim se o mercado interno continuar aquecido como está. No entanto, reconhece que a briga com a montadora no ano passado foi difícil e dura para os dois lados.

Mesmo assim, afirma que o sindicato cumpriu seu papel e conseguiu evitar que os direitos dos trabalhadores fossem retirados. “Fizemos frente a um processo de reestruturação mundial, evitamos o fechamento da fábrica no Grande ABC, garantimos os direito dos trabalhadores, construímos uma compensação financeira importante e garantimos investimentos e milhares de empregos preservados”, diz.




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