De Chico Buarque a Peninha, de Cartola a Guilherme Arantes, Caetano Veloso já gravou de tudo nesta vida. E é justamente este lado intérprete – ultimamente mais atuante que o de compositor – que chega ao mercado representado por uma caixa de três CDs, composta por coletânea denominada Caetano Canta (Universal, R$ 52 em média). O lançamento, além de comemorar os 35 anos da gravadora no Brasil, celebra as três décadas do cantor nesta major.

Dos três, o terceiro é o que tem edição mais caprichada. Vem com um encarte em laranja e preto com todas as letras das músicas.

A seleção é boa. Das antigas, tem a belíssima Pensando em Ti, sucesso na interpretação de Nelson Gonçalves. E também Maria Bethânia que, cantada no vozeirão do boêmio gaúcho, inspirou a família Veloso a batizar a filha famosa com o mesmo nome da canção. Voltando ainda mais no tempo, há Lábios que Beijei, versão ao vivo do hit de Orlando Silva.

A bossa nova também foi caetanizada. Caso, por exemplo, do hino Chega de Saudade (ao vivo), e das canções Chora Tua Tristeza e Coisa Mais Linda. De Djavan, há Sina; de Gilberto Gil, Drão, e de Chico Buarque, Samba e Amor e Morena dos Olhos d’Água.

Os três CDs parecem não ter critério de repertório, já que unem estilos e compositores díspares. O volume 3, por exemplo, abre com Sozinho, de Peninha. No volume 2, há outros resgates da memória cultural brasileira, como o sucesso de Noel Rosa, Pra que Mentir?, e Coração Materno, de Vicente Celestino.

O único rastro do compositor Caetano aparece em Esse Cara, cantada como um pot-pourri ao vivo com Rita, do amigo Chico Buarque. Entre outras faixas, estão, ainda, Lua e Estrela, Fera Ferida e Eu Sei que Vou te Amar.

O disco nº 1 faz uma miscelânea de Beatles com Jorge Ben, Cartola, Guilherme Arantes e Michael Jackson. Abre com Sonhos, candidata a sucessora de Sozinho, também de Peninha. O repertório inclui Ouro de Tolo, Charles Anjo 45, Help, Acontece, Super-homem, Oceano, Meia Lua Inteira e traz ainda Partido Alto (de Chico Buarque). É o volume mais popular dos três. Caetano bota o violão e o canto acelerado mais uma vez em favor das multidões.