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Mulheres empreendem mais que os homens
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
03/05/2010 | 07:00
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O empreendedorismo das mulheres no País avança com destaque frente ao masculino, principalmente quando o assunto é abertura de novos negócios. Entre as iniciativas com menos de 42 meses de existência, 53% são conduzidos por elas.

Pesquisa do GEM (Global Entrepreneurship Monitor) indica que a população empreendedora brasileira concentra-se entre os jovens de 18 e 34 anos. Aos 26 anos, a tradutora Damiana Rosa de Oliveira, analisou durante um ano o setor, onde a presença de homens é forte, para abrir a Idea7 Soluções em Tradução.

Em apenas quatro meses, ela e a sócia pagaram os custos iniciais da empresa, instalada em São Bernardo, e estão ansiosas pelos primeiros meses de lucro. "Estamos fazendo traduções para uma editora mexicana e uma ONG britânica instalada no Rio de Janeiro, revisão de livros e serviços de intérprete", elenca Damiana. A Idea7 tem equipe de seis profissionais e prevê faturar no mínimo R$ 50 mil neste ano.

A consultora do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), Zenaide Mota, que atua no Grande ABC, ressalta que o plano de negócio detalhado é indispensável para colocar a operação em prática. "Nisso as mulheres são mais criteriosas que os homens para começar o negócio."

O curioso é que muitas destas empresas são iniciadas com objetivo de complementar a renda familiar. Zenaide lembra que as brasileiras ocupam o sexto lugar no ranking da empreendedorismo mundial, enquanto os homens estão na 13ª posição. Pesquisar concorrência, fornecedores, formar preço e clientela é indispensável.

Sonho - O maior desejo da assistente social Cíntia Gabriela de Oliveira, 35 anos, era ter seu próprio negócio. Depois de anos de carreira em empresas como Basf e Transpetro, ela pesquisou as possibilidades de seguir sozinha e investiu o valor que recebeu da rescisão na Ellos Gestão Social Estratégica.

Seu primeiro grande contrato foi com a Transpetro. Ela venceu licitação para atender seis unidades. Enquanto os primeiros clientes não vinham, abriu uma loja de roupa.

"Oferecemos serviços de qualidade de vida, prevenção de doenças relacionadas ao trabalho e responsabilidade social." Em funcionamento desde 2007, a Ellos deverá contabilizar crescimento de 30% neste ano. Cíntia participará em breve de sua primeira feira, onde divulgará a empresa, além de buscar parcerias com seguradoras médicas.

Experiência - Aos 17 anos, incentivada pelos pais, Esaly Beso Brú, 45 anos, e dois irmãos fizeram curso de cabeleireiro no Senac. "Minha mãe falava que com pente e tesoura na mão nunca passaríamos fome." Dez anos depois ela e o irmão Átila comandam o salão Brú International, em Santo André.

Especializado em luzes, o estabelecimento diversifica o negócio ao comercializar acessórios e lingerie. "A mulher tem visão de marketing e mais facilidade para lidar com o público que atendemos. Ao meu irmão cabe toda a parte financeira", diz.

Esaly revela que planeja abrir a segunda unidade do salão no Grande ABC. E para este ano, o faturamento será incrementando em cerca de 20%. Formada em Psicologia, ela treina e contrata cabeleireiras que moram em comunidades carentes, a partir dos 16 anos. Seus clientes vêm de várias regiões, inclusive da Capital paulista.




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