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Zapatero leva à ONU propostas para combater terrorismo com diálogo
Da AFP
18/12/2006 | 20:36
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O presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, acompanhado de seu homólogo turco, Recep Tayip Erdogan, apresentou nesta segunda-feira na ONU as propostas associadas à Aliança de Civilizações, com a qual se pretende combater o terrorismo com o diálogo.

Acompanhados do secretário-geral da organização, Kofi Annan, ambos os dirigentes apresentaram à Assembléia-Geral as propostas elaboradas por um grupo de personalidades para trabalhar em favor desta aliança.

Em seu discurso, Zapatero disse que tais medidas querem "evitar que se continue consolidando um muro de ódio e de incompreensão entre Ocidente e o mundo árabe e muçulmano" em um momento em que "o terrorismo ameaça se agudizar".

O primeiro-ministro lembrou que mais de 40 países se integraram ao grupo de amigos da Aliança, graças à crescente "consciência de que é necessário fazer frente ao extremismo".

O relatório do grupo de alto nível propõe medidas concretas em quatro campos: educação, juventude, imigração e meios de comunicação, "ressaltando também que é imperativo melhorar a condição da mulher no mundo", acrescentou o premier.

Tais recomendações mostram que, segundo Zapatero, a idéia da Aliança, lançada por ele em setembro de 2004, "deixou de ser um projeto para se transformar em realidade".

O presidente do governo acabou fazendo um apelo aos 192 Estados-membros da ONU para que "contribuam ao trabalho que se vai iniciar e que traduzam em fatos seu apoio à iniciativa".

O grupo de 20 "sábios" que elaborou as propostas é formado, entre outros, pelo espanhol Federico Mayor, ex-diretor-geral da Unesco, o arcebispo sul-africano Désmond Tutu, ex-presidente iraniano Mohamed Khatami, o ex-chanceler francês Hubert Védrine e a especialista britânica em história das religiões Karen Armstrong.

Em sua intervenção na Assembléia, Kofi Annan disse que esta iniciativa é "no momento a tentativa mais visível em nível internacional" para promover "o diálogo e a cooperação entre diferentes culturas, civilizações e povos".

"Muitas das sugestões" dos "sábios", "como as campanhas na imprensa para combater a discriminação, ou o exame crítico dos materiais educativos, buscam potencializar a tolerância e combater os estereótipos em nível local e individual", explicou Annan.

O secretário em final de mandato comentou que a organização por ele presidida nos últimos dez anos "encarna o trabalho da Aliança, é o fórum no qual o diálogo floresce".

"Deixem que trabalhemos juntos para transformar este relatório em ação, e fortalecer e melhorar não apenas uma sociedade ou um país, mas toda a civilização humana", concluiu.

Zapatero aproveitou sua visita à ONU para assinar um acordo de cooperação com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) para a constituição de um fundo de 528 milhões de euros (690 milhões de dólares) para projetos de desenvolvimento vinculados ao sucesso das Metas do Milênio.




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