A paciência da cúpula da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) com o técnico Luiz Felipe Scolari começa a se abalar, motivada pela forma covarde com que o Brasil atuou contra a Argentina. O secretário-geral da entidade, Marco Antonio Teixeira, conversou com o presidente Ricardo Teixeira logo após o encerramento da partida de quarta e os dois criticaram asperamente a estratégia adotada por Scolari em Buenos Aires. Um integrante da família Teixeira, muito ligado a Marco Antonio e Ricardo, afirmou que Scolari “está completamente perdido”.

Um relatório minucioso dos treinos da seleção em Teresópolis e do jogo com a Argentina chegou nesta quinta às mãos de Ricardo Teixeira. Está carregado de críticas a Scolari. Uma delas diz respeito ao cancelamento da atividade programada para a tarde de sábado, na Granja Comary. Com um período curto de preparação, a CBF não aceitou o argumento de que os jogadores estariam cansados e, por isso, teriam pedido meia folga. O documento foi elaborado por um integrante da comissão técnica, homem de confiança de Teixeira.

Por enquanto, é pouco provável alguma mudança na comissão técnica. Mas isso tende a acontecer em duas hipóteses: um fracasso da Seleção no próximo jogo, contra o Chile, em 7 de outubro, aceleraria a saída do treinador. Porém, mesmo com uma vitória sobre os chilenos e a conseqüente classificação após as partidas com Bolívia e Venezuela, o treinador ainda correria grande risco de deixar o cargo. “Está claro agora que ele é um técnico de clube”, disse nesta quinta outro diretor da CBF, ao pedir sigilo.

Herói – A Kily González, tudo. A German Burgos, nada. Assim a imprensa argentina analisa a vitória de sua seleção sobre a do Brasil, quarta-feira, pelas eliminatórias da Copa do Mundo (2 a 1). Todos os jornais concordam que o atacante Kily González foi o jogador mais importante na virada sobre os brasileiros e também que o goleiro Burgos foi o mais fraco. “Kily brilhou por sua garra”, que contagiou os companheiros quando estavam em desvantagem no marcador, disse o jornal La Nación.

O Crónica tem a mesma opinião e diz que Kily foi um dos jogadores mais importantes do jogo pela dinâmica que deu ao time argentino. Já o Clarín divide as honras da vitória entre Kily González e Ariel Ortega, este por ter mudado a cara do time quando entrou.