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Série 'Luna Caliente', da Globo, mistura suspense e terror
Por Do Diário do Grande ABC
08/12/1999 | 15:49
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Depois de fazer para a Globo a microssérie "Luna Caliente" em película de 35 mm, o cineasta Jorge Furtado - o premiado diretor do curta "Ilha das Flores" - prepara-se para estrear na televisao de alta definiçao. Em janeiro, ele começa a gravar "Invençao do Brasil", de quatro capítulos, em alta definiçao (HDTV).

"Luna Caliente" poderá ser conferida a partir do dia 15, às 21h30, quando estréia na Globo depois de esperar por um ano por um lugar na grade da emissora. Protagonizada por Paulo Betti e Ana Paula Tabalipa, a história foi adaptada por Furtado, Giba Assis Brasil e Carlos Gerbase a partir do romance homônimo do escritor argentino Mempo Giardinelli.

Trata-se de uma trama de suspense com pinceladas de terror, com cenas de sexo e insinuaçao de tortura e incesto. Passa-se em 1970, quando o exilado Ramiro (Betti) volta de Paris para sua casa, no interior do Rio Grande do Sul, para rever sua vida. Lá conhece Elisa (Ana Paula), filha do amigo Bráulio (Tonico Pereira). Seduzido pela adolescente, acaba por estuprá-la e matá-la. Mas isso é só o começo. "Nao se trata de uma alegoria sobre a ditadura", diz Furtado. "A história é uma tragédia de erros com final surpreendente."

Orçada em R$ 1,6 milhao, a microssérie deveria estrear no dia 14, mas uma partida de futebol mudou os planos da emissora. Assim, o primeiro capítulo será duplo. Furtado sabe que se trata de um programa sofisticado, com uma história forte, diferente da maioria dos programas exibidos atualmente pela TV brasileira - há um bloco de sete minutos sem uma única fala. Ele porém, se diz tranqüilo quando pensa na audiência. "Desafio alguém a ver o primeiro capítulo e nao ter curiosidade pelo resto", afirma.

Há dez anos contratado da Globo, Furtado trabalha para o núcleo de Guel Arraes. Exceto por duas minisséries - 'Memorial de Maria Moura" e "Agosto", cujos roteiros escreveu a pedido do diretor de núcleo, Carlos Manga - participou das experiências de Arraes em busca de novos formatos para a TV como "Comédia da Vida Privada' e as microsséries. "Esses formatos nos permitem correr riscos", afirmou Furtado, que mora em Porto Alegre. "Como fazemos trabalhos mais esporádicos, fica mais fácil criar."

Agora, seu novo "risco" é contar a história do Brasil, ou "inventá-la", como gosta de dizer. A nova microssérie de quatro capítulos será uma comédia protagonizada por Selton Mello que será Caramuru. No elenco também estao Camila Pitanga, Débora Secco, Débora Bloch, Tonico Pereira, Luis Mello e Pedro Paulo Rangel. As gravaçoes começam dia 6, em Parati, no litoral sul do Estado. Depois, a equipe embarca para França e Portugal onde ficará, pelo menos, por 15 dias.

O programa será feito e finalizado em alta definiçao - o seriado "Mulher" teve os dois últimos episódios feitos em alta definiçao, mas nao pôde ser finalizado em HDTV porque a Globo ainda nao tinha os equipamentos."Ainda nao sei o que é trabalhar em alta definiçao", afirma. "Acredito que, como roteirista, nao sentirei diferença", continua. "Vou perceber as novidades dessa tecnologia na hora de dirigir."

Em fase de captaçao de recursos para realizar seu primeiro longa-metragem, 'O Homem que Copiava" - uma comédia sobre um operador de máquina copiadora - ele ajuda Guel Arraes a realizar outra novidade para a Globo: a transformaçao da microssérie "O Auto da Compadecida", exibida em janeiro, em filme, com lançamento previsto para maio.




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