O analista do setor de papel e celulose do BB Investimentos, Victor Penna, concorda que os fechamentos de capacidade ajudaram a equilibrar os preços em 2014. "As empresas aproveitaram a oportunidade para anunciar os ajustes, com estoques baixos e embarques estáveis. No segundo semestre, no entanto, entram novas capacidades e as empresas podem aplicar mais descontos do que aumentos", avaliou.
A nova capacidade mencionada pelo analista virá da unidade de Guaíba, da CMPC Celulose Riograndense, no Rio Grande do Sul. Executivos da Fibria e da Suzano também já sinalizaram que o segundo semestre será mais difícil. Guaíba deve iniciar a operação em maio ou junho, disse o diretor executivo da unidade de Negócios de Papel e Celulose da Suzano, Carlos Aníbal, em reunião com analistas e investidores (Apimec), realizada no final de novembro, ponderando que leva até três meses para a celulose chegar ao mercado. "Então, o impacto deve ficar para o final do ano que vem".
Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o diretor-presidente da CMPC Celulose Riograndense, Walter Lídio Nunes, confirmou que Guaíba entra em operação no mês de maio. Atualmente, a capacidade anual de celulose da CMPC Celulose Riograndense é de 450 mil toneladas e o novo projeto será responsável por um adicional de 1,3 milhão de toneladas ao ano. Ao considerar 50 mil toneladas de otimização imediata e 200 mil toneladas de outras otimizações, a capacidade do grupo passará para 2,1 milhões de toneladas por ano.
Segundo Nunes, a capacidade nominal da unidade deve ser atingida no final de 2015 e meados de 2016 e o cronograma está de acordo. "No mês de março faremos uma parada geral para integração da unidade 1 com a 2", disse o executivo, que lembrou ainda investimentos totais de R$ 5 bilhões na nova fábrica de celulose.
Para Nunes, o impacto no preço da celulose não será expressivo. "Não achamos que haja algo mais dramático, porque não somos um novo entrante e o volume será aumentado com os nossos clientes."
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