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O divertido mundo da dublagem
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
04/01/2015 | 09:35
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Divulgação


Muitos filmes, séries e programas de TV são produzidos em outros países e precisam de dubladores que substituem a língua original pelo nosso idioma. Esse profissional também empresta a voz para personagens de desenhos animados.

O trabalho é feito em estúdios de gravação e conta com diversos profissionais, como diretores e técnicos. A tarefa não é fácil, mas quem já trabalha com isso afirma que pode ser muito divertido.

O ator mirim Filipe Cavalcante, 14 anos, o Rafa de Chiquititas, dubla personagens conhecidos dos desenhos animados desde os 9 anos. Ele conta que a preparação e concentração é importante tanto para a dublagem como para a gravações de uma novela. “É preciso dar o tom certo, passar emoção e tristeza. Às vezes, chega a ser engraçado.”

Segundo Filipe, não é todo ator que consegue dar a voz para personagens da telinha com facilidade. No entanto, todo dublador tem facilidade de atuar. “Pode parecer fácil dublar, mas não é. Quando o personagem está correndo, por exemplo, precisamos mostrar cansaço por meio da voz, sendo que estamos parados. Por isso é preciso ter técnica.” <EM><EM>Quando Sicilia Vidal, 12, começou a carreira na dublagem aos 4 anos, ainda não sabia ler. Então, os diretores ditavam as frases para ela. “Com o passar do tempo, tudo ficou mais fácil. Fui aprendendo as técnicas”, conta a garota, que encara o serviço como uma grande brincadeira. “Me divirto com os personagens.”

A irmã mais velha de Sicilia, Giulia de Brito, 16, também empresa a voz a personagens da TV e do cinema. A vontade de entrar para este mundo chegou aos 9 anos, quando fazia aulas de teatro, canto e música. “No começo foi desafiador, pois é preciso sincronizar a fala com o áudio-visual (som e imagem), mas sempre tive facilidade para fazer vozes diferentes.”

As irmãs afirmam que o apoio da família ajuda a passar pelos momentos difíceis. “Minha mãe sempre me acompanhou, até porque, estamos em uma idade em que dependemos dos pais ou outros familiares para nos levar aos estúdios.” Além disso, é preciso separar tempo para a escola. “Conciliar os estudos com a arte de dublar às vezes é corrido. Mas com o apoio de todos dá certo. É um trabalho em conjunto.”

FUTURO - Filipe gosta tanto de atuar e dublar que já traça metas para os próximos anos. “Quero fazer faculdade de cinema ou artes e continuar nesse caminho.”

Guilia quer ir para a área de comunicação. Já Sicilia pensa em continuar atuando e, talvez, seguir a carreira de modelo. “O mundo artístico é bastante amplo e sei que vou ser feliz nesse universo.”

Precisa de cuidados com a voz

A voz é a principal ferramenta dos atores que trabalham com dublagem. Por isso, é muito importante se consultar com profissionais da saúde, como fonoaudiólogo e otorrinolaringologista para cuidar das cordas vocais. Também é preciso evitar certos tipos de alimentos que prejudicam a garganta.

O ator Filipe Cavalcante, de Chiquititas, evita comidas e bebidas muito geladas, além de derivados de leite, como iogurte. “Falamos que a voz precisa estar ‘limpa’. Além disso, faço meus aquecimentos, já que precisamos mudar o tom da voz para dar vida aos personagens”.

Em geral, a atriz Sicilia Vidal evita comer doces e chocolate. “Bebo muita água, inclusive dentro do estúdio. Comer maça também ajuda a ficar com a voz melhor. Não é necessário fazer grandes coisas, esses cuidados são suficientes.”

Passo a passo para um bom trabalho

A primeira exigência para tornar-se dublador é ser ator. Quem deseja se especializar nessa área pode fazer cursos que ensinam técnicas. Na infância, as aulas de teatro podem ajudar a entrar nesse mundo. O segundo passo é passar por uma seleção para os trabalhos. Os atores são escolhidos de acordo com as vozes dos personagens originais. Em desenhos, por exemplo, são feitos testes para cada personagem fixo.

Em geral, os atores mirins aprendem a dublar conforme praticam. Os que querem seguir a carreira podem, mais para frente, fazer cursos profissionalizantes que possibilitam ao ator tirar o registro profissional para dublar. Tem ainda cursos superiores como a Escola de Arte Dramática.

As aulas ensinam a ter postura diante do microfone, técnicas de respiração, maneira de pronunciar as palavras. interpretação de texto (ficando de olho nas pontuações) e, principalmente, sincronismo labial – a fala precisa estar de acordo com os movimentos da boca do personagem.

A dica de Filipe Cavalcante, de Chiquititas, é fazer um curso de teatro e ter uma boa leitura. “Depois pode fazer cursos específicos em dublagem. Para procurar oportunidades é legal visitar estúdios e se apresentar aos profissionais. Por fim, é preciso fazer testes e não desanimar quando ouvir os primeiros ‘nãos’. Se você realmente gosta, tem de correr atrás.”

Consultoria de Milú Müller, diretora do estúdio de dublagens Tempo Filmes.  




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