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Alckmin: 'Brasil tem que se livrar da máquina corrupta'

Empossado para seu 4º mandato, governador de São
Paulo fez ontem discurso recheado de críticas ao PT

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
02/01/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Empossado para o quarto mandato, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), fez críticas indiretas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), avaliando o cenário de São Paulo para o País, o que gerou coro e comentários, ainda que tímidos, de “Brasil para frente, Geraldo presidente”, durante discursos de sua posse e de seu secretariado. O tucano também disse que o País precisa se livrar “da máquina corrupta que insiste em sequestrá-lo.”

“O Brasil não precisa nem de mais nem de menos confronto com o Estado. Precisa é livrar-se da máquina corrupta que insiste em sequestrá-lo. Os brasileiros de São Paulo repudiam o aparelhamento da máquina pública. Consideram repugnante a prática política que transforma o Estado num clube.”

O discurso de Alckmin apontou críticas à condução da economia por parte do governo Dilma. “Todos nós conhecemos os duros prognósticos para a economia nos próximos anos. O País poderá viver dias difíceis. Mas o discurso fácil do pessimismo só é mais fácil que o discurso do otimismo irresponsável, que também já nos custou muito caro. Ou todos, incluindo governo e oposição, convergem para recuperar a economia e aprovar as reformas essenciais ou 2015 será outro ano perdido”, pontuou.

Alckmin confrontou velhos dogmas petistas com visão moderna dos ideais tucanos. “Defendemos e praticamos o Estado necessário, aquele que, sem tomar o lugar do indivíduo, tenha eficiência e musculatura necessárias para resgatar a dignidade dos que mais precisam. O falso dilema do paternalismo que sufoca, em oposição ao liberalismo extremo insensível.”

A cerimônia de renovação do mandato tucano ocorreu em dois momentos: o primeiro na Assembleia Legislativa, com prestação de contas, e o segundo na sede do governo paulista, com a apresentação da nova formação do secretariado, quando questionou metodologia de gestão do PT. Alckmin é cotado para encabeçar a chapa do PSDB na eleição presidencial de 2018.

“Entendemos o recado das urnas. Não fomos premiados. Longe disso: recebemos mais uma missão, justamente daqueles dos quais temos o dever legal de representar. Os paulistas não veem o passado como uma fotografia estática; querem que usemos a experiência acumulada para inovar, inserir tecnologia aos serviços públicos, emancipar os que mais precisam. Os paulistas nos elegeram para que façamos a melhor gestão da história. E é isso o que buscaremos fazer, preservando princípios intransigíveis que nos trouxeram até aqui”, declarou Alckmin.

O governador elogiou os “paulistas” pelo resultado do combate a maior seca da história do Estado, mobilização essa que não necessitou que o o governo formaliza-se o racionamento. “Ser paulista é enfrentar os desafios com trabalho, união e solidariedade, como estamos enfrentando a pior crise hídrica de nossa história. Aliás, a participação da população no enfrentamento da crise da água comprova que a união é a força de São Paulo.”

Tucano relembra Covas e exalta legado

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) lembrou que o ciclo de seis mandatos ininterruptos do PSDB, sendo quatro encabeçados por ele, se iniciou em 1995 com seu antecessor Mário Covas (morto em 2001), de quem era vice, fez balanços das ações executadas ao longo dos 20 anos de administrações tucanas e prometeu fazer a “melhor gestão da história” de São Paulo.

Na prestação de contas do legado tucano, com ênfase na última gestão, o governador destacou a organização financeira do Estado, avanços em infraestrutura, Mobilidade Urbana e tecnologia. O tucano lembrou que São Paulo foi pioneiro na prática de PPPs (Parcerias Público-Privadas) com a Linha 4-Amarela do Metrô, em 2006, o que possibilitou boa parte dos avanços citados.

“Nos últimos quatro anos, São Paulo bateu o recorde de investimentos: R$ 74 bilhões. O Estado tinha, há 20 anos, praticamente o mesmo PIB (Produto Interno Bruto) que a Argentina. Hoje, nosso PIB é quase o dobro do país vizinho: US$ 800 bilhões”, disse. “Com a expertise adquirida, o Estado é hoje líder: são 12 PPPs contratadas, investimento de R$ 33 bilhões”, completou Alckmin.

Segurança Pública, uma das áreas mais contestadas pela oposição, foi exaltada pelo tucano. “A política de Segurança Pública de São Paulo é reconhecida como um modelo para o Brasil pelas Nações Unidas e outras entidades. A queda na taxa de homicídios poupou a vida de 93 mil pessoas desde 1999.”

Ex-mandatário da ANA assume a Sabesp

O governador Geraldo Alckmin deu posse ontem ao novo presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Jerson Kelman, professor de hidrologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e ex-presidente da ANA (Agência Nacional de Águas). Ele substitui Dilma Pena, que já havia pedido demissão após a eleição e durante crise hídrica.

A cerimônia também contou com a posse dos 19 novos secretários e recondução de seis integrantes do primeiro escalão. Os nomes mais influentes no governo serão Saulo de Castro e Edson Aparecido, que chefiam Governo e Casa Civil, respectivamente. O primeiro atuará como gerente da administração com papel de interlocução entre as Pastas. O segundo ficará responsável exclusivamente pela relação política do Palácio dos Bandeirantes, principalmente, com a Assembleia Legislativa.

Entre as cotas partidárias, o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS) se licenciou para assumir a Secretaria de Agricultura, Roberto de Lucena fica com Turismo por indicação do PV, Jean Madeira (PRB) deixa a Câmara de Vereadores da Capital para chefiar Esporte, Lazer e Juventude e o vice-governador Márcio França (PSB) fica no comando de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação.

Nelson Luiz Baeta Neves Filho assumiu a Pasta de Habitação na cota do DEM, porém, deve ceder espaço ao deputado federal Rodrigo Garcia, caso resolva pendência judiciais.




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