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Medalhões da MPB viveram fase de pouca produção
26/12/2014 | 10:00
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Divulgação


Dentre os medalhões da MPB, poucos produziram material novo em 2015. Gilberto Gil foi uma das poucas exceções. Ele saiu de casa com um violão debaixo do braço para fazer uma das mais belas homenagens que João Gilberto já recebeu. Isso porque Gil não tentou apenas homenagear João, mas recriá-lo. E recriou, assim, o próprio Gil. O show que levou duas vezes ao teatro Net, em São Paulo, rendeu uma experiência curiosa aos seus fãs. Quem estava ali era um artista criado no ato da apresentação, algo que ficava entre as harmonias intrincadas do baiano de Juazeiro e o violão erudito do baiano de Salvador. Foi um momento iluminado que colocou o disco Gilbertos Samba entre os melhores do ano.

Seu contemporâneo de mesma idade, 72 anos, Paulinho da Viola, fez diferente. Ele também saiu de casa com o violão debaixo do braço, mas mergulhado em si mesmo, revendo a própria carreira. Começou a contar sua história sentado sozinho no palco do HSBC Brasil, tocando e cantando os versos autobiográficos do samba 14 anos.

Caetano Veloso curtiu um quase recesso depois de girar com o repertório de seu disco Abraçaço. Sua única quebra de silêncio em estúdio se deu com o convite para estrear a série de álbuns de digitais iTunes session. O conceito de oito faixas gravadas ao vivo e em estúdio fez Caetano pinçar canções de várias fases de sua carreira. Seu amigo Chico Buarque só saiu da toca no final do ano. E, mesmo assim, rejeitando convites para dar entrevistas sobre seu livro O Irmão Alemão.

Gal Costa viveu também uma entressafra em 2014. Saiu de uma temporada do belo Recanto, dirigido por Caetano Veloso, para curtir um ano de preparação para seu próximo de inéditas, a ser lançado em 2015. E Maria Bethânia refletiu em seu disco novo, Meus Quintais, um estado de espírito sereno e de perdas. Uma sequência de mortes à sua volta levou a irmã Nicinha em 2011, a mãe Canô em 2012 e o parceiro e diretor de teatro Fauzi Arap, em 2013.




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