A sucessão na presidência do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC aponta pelo favoritismo do prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB). O tucano ganha força, nos bastidores, para captar o apoio consensual dos colegas de Executivo. Atual dirigente da entidade, Luiz Marinho (PT), de São Bernardo, indicou ontem que o nome já foi escolhido pelo colegiado. “Definição talvez até haja, mas não tem publicação deste acordo”, desconversou. A eleição do próximo comandante está marcada para o dia 12 de janeiro.

Na última reunião ordinária do Consórcio, ontem, Maranhão foi o único prefeito que acompanhou toda a explicação de Marinho – durante 25 minutos – à imprensa sobre os próximos passos de projetos encaminhados pelas sete cidades. Questionado em relação ao empenho no encontro, o tucano se esquivou da situação, porém disse que “é prazer” se aliar ao petista. Em caso de vitória de Maranhão, o são-bernardense continuaria com influência direta na entidade, que tende a receber aporte federal robusto em 2015.

Mesmo com o desgaste político sofrido pela adesão ao PT na eleição presidencial, Maranhão manteve a posição. Como consequência, seu nome tramita em Comissão de Ética do PSDB, com chance de expulsão partidária. Carlos Grana (PT), de Santo André, por sua vez, é outro quadro estudado como alternativa.

A principal discussão dos prefeitos se norteou pelo provável reajuste da tarifa de transporte público na região, com validade de dois anos, e eventuais benefícios de gratuidade. Na segunda-feira, haverá nova reunião para bater martelo sobre preço de passagens. “Cada prefeitura buscará fazer lição de casa com aferimento de planilhas, com custo de cada cidade”, afirmou Marinho. Hoje, o valor da cobrança é de R$ 3 em seis municípios.

A proposta de criar Centro de Tecnologia Regional, com investimento de R$ 89 milhões, teve aprovação do colegiado. Diante da autorização, o projeto será encaminhado ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiamento. Se conseguir aval da instituição, existe estimativa de implantação em 2016.

Referente ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade, a entidade sinalizou que aguarda liberação de R$ 800 milhões da Caixa Econômica Federal no primeiro semestre do ano que vem. Os documentos passam por análise.

RESTOS A PAGAR
Em 2014, cinco prefeituras deixaram deficit no caixa do Consórcio, excluindo São Bernardo e São Caetano – são R$ 3,7 milhões de débito. As cidades não conseguiram confirmar o repasse aos cofres e repactuaram a dívida.