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Fundação Anne Sullivan manterá alunos

Prefeitura volta atrás na decisão de encerrar serviço voltado a crianças com deficiências em 2015

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
16/12/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


A Prefeitura de São Caetano voltou atrás na decisão de encerrar as atividades educacionais oferecidas a 21 estudantes com deficiências severas na Fundação Anne Sullivan a partir de 2015. Em novembro, a Secretaria de Educação havia anunciado que as crianças e jovens da unidade de ensino seriam transferidos para escolas da rede regular e inseridos no processo de inclusão, o que deixou pais revoltados.

A reversão do quadro foi divulgada na sexta-feira, após reunião realizada entre representantes da administração municipal, da Diretoria Regional de Ensino e do Ministério Público do Estado. De acordo com a Diretoria Regional de Ensino, o cadastro da escola foi atualizado e regularizado junto ao Prodesp/Gdae (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo/Gestão Dinâmica de Administração Escolar). Dessa forma, passa a contar no sistema que a unidade de ensino, embora nominalmente escola de Educação Básica, seguirá prestando atendimento exclusivo a alunos com deficiências severas, como surdez, surdocegueira, autismo, paralisia cerebral e outras síndromes, sem condições de inclusão nas escolas de ensino regular.

Apesar de a Prefeitura informar que a manutenção dos serviços é resultado de esforços da Secretaria de Educação, seguindo determinação do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB), mães dos estudantes da Anne Sullivan destacam a dificuldade de diálogo durante o processo. A administração já havia, inclusive, justificado o encerramento das atividades ao levar em conta a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) da Educação, que determina a inclusão escolar.

Para a diretora de assuntos regulatórios Samira Divino, 40 anos, a Prefeitura só voltou atrás porque se viu pressionada. “É politicagem o prefeito dizer que se esforçou para manter o atendimento porque eles só voltaram atrás depois que as mães se uniram e que o Ministério Público instaurou inquérito”, considera.

O sentimento que fica, segundo a mãe de estudante autista de 8 anos, é o de alívio por saber que seu filho estará em ambiente capaz de assegurar aprendizado, com profissionais capacitados e já familiarizados com cada caso. “Esse assunto estava perturbando nós, mães, de uma maneira insuportável”, confessa Samira.

Já a dona de casa Sandra Resende, 53, considera que o “presente de Natal antecipado para as famílias dos 21 alunos” é fruto de união não só dos pais como também da equipe gestora da unidade de ensino. “É gratificante porque é uma ótima escola”, destaca a mãe de jovem de 15 anos que não anda e não fala e está na fundação há oito. 




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