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Hospital Brasil é líder de receita da Rede D’Or

Bom desempenho é resultado dos investimentos em ampliação feitos nos últimos anos

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
15/12/2014 | 07:01
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Claudinei Plaza/DGABC


Fundado em 1970, o Hospital Brasil, de Santo André, passou neste ano a ocupar o primeiro lugar em faturamento da Rede D’Or, grupo carioca que adquiriu o complexo de Saúde andreense em 2010 e que possui 26 unidades em quatro Estados do Brasil.

Os resultados financeiros são mantidos sob sigilo, mas o diretor corporativo do conglomerado, Luiz Sergio Santana, confirma a liderança do Hospital Brasil, à frente, inclusive, do tradicional Hospital São Luiz, que possui quatro endereços na Capital.

O bom desempenho é resultado dos investimentos em ampliação feitos nos últimos anos. Entre 2013 e 2014, foram criados 85 leitos, chegando a 350 vagas. O desafio, agora, é manter o ritmo, mas sem possibilidade de crescimento físico. “É uma otimização da operação, uma ocupação maior do que já tem, com mais consultas e exames”, comenta Santana. Hoje, a unidade faz cerca de 1.100 cirurgias gerais e 400 partos por mês. A ideia é aumentar o número entre 10% e 15%.

Também está previsto para os próximos anos a ampliação do Hospital Assunção, de São Bernardo, que deve passar de 150 para 280 leitos. A unidade deverá ganhar novo prédio até 2018, em área onde hoje funciona o estacionamento do complexo.

Há cerca de dois meses, o grupo adquiriu o Hospital Ifor, em São Bernardo, cuja especialidade é a ortopedia. O diretor da Rede D’Or garante que o local manterá o atendimento setorizado, mas que ganhará investimentos para melhoria e ampliação.

Para 2016, também está prevista a inauguração da unidade de São Caetano do Hospital São Luiz, cujo projeto é oferecer 300 leitos. Entretanto, a abertura dos serviços será feita de forma gradativa, chegando ao atendimento pleno em aproximadamente cinco anos. Será o primeiro complexo de Saúde no Grande ABC com a bandeira da Rede São Luiz.

Sobre o Desafio de Redação, concurso literário promovido pelo Diário e que contou com o apoio do Hospital Brasil, Santana considerou a iniciativa bem-sucedida. “É uma forma de estar presente na sociedade. E acabamos sendo surpreendidos com algo a mais, que foi a participação do médico. Tivemos um ganho maior do que esperávamos”, avalia. Ao todo, nove profissionais participaram da iniciativa com palestras nas escolas participantes.

 

Qual é a sua avaliação sobre a parceria da Rede D''''Or com o Diário para o Desafio de Redação?

O Desafio de Redação, para a gente, foi uma grata surpresa. Nós entramos com uma expectativa alta, sem dúvida, por estar participando de um projeto social. É uma forma de o Hospital Brasil estar presente na sociedade. E acabamos sendo surpreendidos com algo a mais, que foi a participação do médico. A gente colocou especialistas para dar depoimentos, para fazer aquelas palestras para as crianças nas escolas. Acabou tendo um retorno muito gratificante também para os médicos, que viram uma oportunidade de receber da sociedade a devolução daquilo que ele conseguiu. É uma possibilidade de um estudante ver que um dia ele poderá ser um médico, pois alguns deles também vieram de baixo, de escolas públicas, e tiveram a chance de um dia crescer e se tornar um grande profissional. Eu acho que acabamos tendo um ganho maior do que esperávamos. Foi super gratificante.

 

E em termos de saúde, qual foi a importância?

Pudemos orientar as crianças sobre diversas patologias, especialmente em relação à prevenção. Foram abordados temas como doenças sexualmente transmissíveis e doenças cardiovasculares, que acometem grande parte da população, além das preocupações de Saúde pública, de uma forma geral, como cuidados de higiene

 

Quantos médicos participaram das atividades?

Ao todo, foram nove profissionais, de diversas especialidades. Tivemos clínico-geral, cirurgião, neurologista e cardiologista.

 

Quais são os projetos para 2015 no Hospital Brasil?

A gente pretende aumentar bastante o nosso volume de atendimento e ocupação, entre 10% a 15% pelo menos. Isso já é um desafio muito grande, levando em consideração que não terá ampliação física. A gente já está com uma área totalmente tomada hoje. Não temos mais como crescer fisicamente no espaço onde a gente está instalado. Para crescer, a gente precisaria de uma edificação nova, e aí exige um projeto novo, que, futuramente, vamos conversar sobre isso. Temos que crescer em volume de produção e atendimento sem ter mais espaço físico disponível. Então, é uma otimização da operação. É uma ocupação maior do que já tem, com mais consultas e mais exames.

 

Quais são os números da operação no Hospital Brasil hoje?

Fazemos em torno de 1.100 cirurgias por mês, mais 300 partos, totalizando 1.400 procedimentos mensais. Com o aumento, devemos chegar a pelo menos mais 100 cirurgias por mês. Além disso, fazemos no ambulatório em torno de 30 mil consultas a cada mês. A gente vai crescer em pelo menos mais 10%, ou seja, fazer 33 mil consultas. Pelo pronto-socorro, passam mensalmente cerca de 18 mil pacientes.

 

Quantos médicos integram o corpo clínico do Hospital Brasil?

Temos 2.000 médicos no corpo clínico, porém 350 são os que ficam ali o dia inteiro. Os outros são os cadastrados, que, eventualmente, fazem uma cirurgia lá. Já no total de funcionários, são 2.200. Mas, se for considerar os terceirizados e os médicos, chega a mais de 3.000. Temos as empresas terceirizadas que prestam serviço de segurança, limpeza e no estacionamento.

 

Qual é o peso do Hospital Brasil na atual divisão de receitas da Rede D''''Or?

Hoje, o Hospital Brasil representa o maior faturamento entre todos os 26 hospitais da Rede D''''Or. Passou a ser o maior em 2014. Significa que o trabalho está dando certo.

 

Isso surpreendeu a direção do grupo?

Sim, mas todo mundo apostava nisso, porque a gente sabe que há uma demanda grande no ABC, além de a região ser economicamente forte. O hospital tem uma imagem muito boa e já consolidada no mercado perante a comunidade geral e os médicos. A gente tem um corpo clínico interno importante, e isso faz muita diferença. Não é a toa que a gente direciona muito da nossa comunicação aos médicos.

 

E quais são os planos da Rede D''''Or para as demais unidades da região?

A rede está presente no Grande ABC com três unidades. Além do Hospital Brasil, temos também o Hospital Assunção, em São Bernardo, e agora o novo integrante, que é o Ifor, também de São Bernardo, e que está conosco há cerca de dois meses. Temos projeto para crescimento do Ifor e do Hospital Assunção.

 

O que será feito no Hospital Assunção?

O Assunção é um hospital com 150 leitos e a gente pretende chegar um dia a até 280 leitos. Ou seja, mais 130 leitos, mas, isso tudo ao longo de mais uns três anos, pois exige uma expansão física, um prédio novo.

 

Como está esse processo?

Já tem projeto, está quase concluído, para que a gente possa crescer. Já fizemos a aquisição de um terreno ao lado do hospital para que possamos instalar todo o estacionamento e permitir uma edificação nova na frente do hospital, onde hoje funciona o estacionamento. Mas isso tudo vai depender de vários fatores, como o crescimento de demanda e a consolidação da ocupação que a gente tem hoje, que já está muito boa, mas pode crescer mais. Então, o mesmo desafio do Hospital Brasil, de crescer de 10% a 15%, o Assunção também tem.

 

E qual é o cronograma previsto para essa ampliação?

A gente espera concluir esse projeto em 2015 para que possamos fazer a obra nos três anos seguintes e concluir em 2018. Mas, como eu disse, tudo isso vai depender de diversas circunstâncias. Uma é macroeconômica, óbvio. Precisa que a gente continue tendo demanda. O nível de desemprego preocupa, pois a Saúde não tem crise de demanda. Sempre tem gente procurando os serviços de Saúde. Porém, a gente só atende a medicina privada, só com planos de Saúde. O desemprego na região preocupa porque as pessoas podem perder o plano. Diferentemente de outros segmentos da economia, não há crise de demanda. Não é como a loja do shopping, que está preocupada que as pessoas não estão comprando. Não é essa a nossa preocupação, pois sempre tem procura. Porém, se a pessoa perde o convênio médico, ela vai continuar procurando, mas na rede pública.

 

Qual é o volume atual de atendimentos feitos no Hospital Assunção?

São 10 mil consultas, 400 cirurgias e aproximadamente 9.000 atendimentos por mês no pronto-socorro. A unidade conta com 800 funcionários e um corpo clínico interno em torno de 200 a 250 médicos.

 

E para o Ifor, que tipo de investimentos estão previstos?

No Ifor, ainda estamos na fase de conhecimento e adaptação. Os três primeiros meses são para conhecer o modelo. O Ifor é e vai continuar sendo um hospital especializado em ortopedia, um dos principais do País nessa especialidade. Tem um corpo clínico de primeiro nível e pretendemos dar continuidade a isso, mantendo essa marca forte. A ideia da Rede D''''Or é melhorar, trazer uma expertise de gestão, melhorar no sentido de poder fazer investimentos e melhorias no hospital, mas mantendo esse DNA do Ifor, com o profissionais altamente qualificados, especialização e um lugar que tem residência médica muito boa. A ideia é manter tudo isso. A Rede D''''Or tem muito cuidado quando adquire um hospital, pois tem que trazer boas práticas e trazer o modelo da rede, mas sem quebrar aquilo que é o DNA da empresa.

 

O Hospital Brasil também passou por expansão recente.

Sim. Nos últimos dois anos, o Hospital Brasil aumentou 85 leitos, chegando a 350 leitos.

 

Como está o andamento da construção da futura unidade do Hospital São Luiz de São Caetano?

A obra está sendo executada. A ideia é estar pronto até 2016, quando a Rede D''''Or terá quatro hospitais no Grande ABC.

 

Qual será a capacidade do complexo?

O hospital terá 300 leitos, e deve começar por fases, com cerca de 120. Tem um plano de crescimento de cinco anos. Vai abrindo gradativamente, mas, para chegar à capacidade plena, vai uns cinco anos, mais ou menos. Inicialmente, não está prevista maternidade, mas depois a gente avalia. O Grande ABC tem muitas maternidades, localizadas em uma distância curta entre si.




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