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Condomínio vira mundo à parte
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
05/04/2009 | 07:04
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Quem passa na frente de um grande condomínio, como o Parque Residencial Tiradentes, em São Bernardo, nem imagina que o local possa abrigar mais pessoas do que um pequeno município.

Os números do maior residencial da região impressionam: são quase 10 mil habitantes divididos em 2.645 apartamentos. A população é maior do que a quantidade de moradores de Águas de São Pedro, com 2.392 munícipes, e de Santo Antônio da Alegria, com 6.249.

O fluxo de visitantes também desperta curiosidade. Afinal, o entra-e-sai de veículos e pedestres é constante. Um dos porteiros estima que cerca de 3.000 pessoas - sem somar os próprios moradores - passem todos os dias pelo local.

O condomínio, formado no início dos anos 1990, consegue, aos poucos, agregar benefícios e comodidades àqueles que nele residem. Hoje, o Tiradentes já conta com uma padaria, que também vende diversos produtos alimentícios, uma escola particular de Ensino Infantil e uma feira livre semanal, que funciona das 16h às 21h.

Para facilitar a comunicação entre a administração do residencial e condôminos, há sete anos foi criado um jornal interno, com notícias sobre o lugar.

A complexidade de estruturas como a do Tiradentes é tamanha que, nesses casos, o síndico geral se assemelha a um prefeito, que, junto a uma equipe, muitas vezes, tem de executar os papéis dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, uma vez que administra, cria leis internas e as executa.

Na opinião do professor de Construção Civil e Urbanismo Luiz Sérgio Mendonça Coelho, a política interna é o que mais aproxima grandes condomínios de pequenas cidades. Além disso, ambos possuem falhas parecidas de infraestrutura, como problemas no pavimento e iluminação. Em geral, a votação para escolha de quem governará os residenciais ocorre a cada dois anos.

Dificuldades - Gerenciar um conjunto habitacional com muitos moradores requer habilidade. E desafios não faltam. Um dos principais é a inadimplência.

Segundo o síndico geral do Tiradentes, Daniel Gonçalo da Silva, 58 anos, o índice de moradores que não pagam a taxa de condomínio chega a 35%. "Não dá para saber se todos vão pagar", explica.

Para o síndico geral Paulo Pacheco, 59, do Condomínio Residencial Rio Amazonas, que integra o Conjunto Habitacional Barão de Mauá, em Mauá, existem ainda outros problemas rotineiros que trazem dores de cabeça aos administradores. Entre os mais comuns estão a depredação do patrimônio e a perturbação do silêncio.

Pacheco acredita que tanta complexidade exige, cada vez mais, preparo e especialização dos síndicos. Por isso, ele afirma que, hoje, a tendência é de que a função se profissionalize. "Tem de ter visão de futuro, ver os problemas e dar soluções."




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