Dois projetos do governo do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), que criam funções gratificadas na administração petista ficarão para o exercício de 2015. As propostas já tramitam na Câmara, porém, sem entendimento com os vereadores e ambiente de animosidade após a turbulenta eleição da mesa diretora, ambos serão adiados. O primeiro trata de readequações de cargos públicos nos Cesas (Centros Educacionais de Santo André), enquanto o segundo item está relacionado a postos no Instituto de Previdência.

Integrante da bancada do PT, José Montoro Filho, o Montorinho, confirmou a condição ao afirmar que “não há necessidade de votar” esses projetos neste momento. Para o petista, o período – matérias retornam à pauta em fevereiro, quando encerra o recesso parlamentar – de análise “ajudará” na melhor apreciação das propostas. “Inclusive, fizemos acordo pelo adiamento. Assim dá para todo mundo estudar o teor direitinho. Houve compreensão das duas partes (com o bloco independente) de deixar para o ano que vem.”

Componente da oposição, Ailton Lima (SD) sinalizou que o clima continua tenso na Casa e que empurrar projetos ao plenário com “mínimo de polêmica nesta hora correria risco” de rejeição. “Tem parlamentar reclamando até da extinção da secretaria (de Relações Institucionais, antes comandada por Tiago Nogueira) sem que haja (interesse do Paço em) corte na carne, com comissionados, em tempos que se fala de contingenciamento de recursos”, disse, ao citar outra proposta, de reorganização administrativa, também na ordem do dia.

ORÇAMENTO
O Orçamento de 2015, estimado em R$ 3,1 bilhões, tende a ser aprovado hoje na Câmara – os 21 vereadores apresentaram 167 emendas ao texto original. Por outro lado, nos bastidores, há parlamentares que cogitam a possibilidade de protelar o projeto por mais uma sessão, jogando a análise para terça-feira e levantando novamente o recesso. Outras cinco matérias da gestão Grana estão na pauta.