Economia Titulo Preços
Batata tem inflação dez vezes maior

Dos cinco itens que mais tiveram alta de preços
no mês de novembro, a menor foi o dobro de 2013

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
11/12/2014 | 07:26
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Divulgação


Os cinco produtos que mais encareceram em novembro para o consumidor da Grande São Paulo apresentaram, no mínimo, o dobro de inflação em relação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, o aumento máximo atingiu quase dez vezes mais.

Foi o caso da batata inglesa, responsável pela maior inflação de novembro na Região Metropolitana. Quem está acostumado a fazer purê, batata frita ou sotê teve que desembolsar 28,91% a mais para comprar o produto em relação ao fim de outubro. Essa variação de preço foi 9,4 vezes superior à inflação do tubérculo no 11º mês de 2013, quando o registro foi de 3,05%.

Segundo publicação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo), no Sul, uma das principais regiões produtoras da batata, choveu muito em setembro e prejudicou a cultura do tubérculo. Ao mesmo tempo, outros produtores fora da região austral do País, tiveram dificuldade no desenvolvimento do farináceo por causa do clima seco e muito quente. O economista da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) Flávio Godas acrescentou que a Região Metropolitana é abastecida por Minas Gerais, Paraná e algumas regiões de São Paulo, ou seja, sofreu esse impacto.

As informações sobre a inflação são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Estão dentro dos dados do último IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), porém, representam apenas informações para as famílias moradoras da Grande São Paulo. O recorte abrange domicílios com renda entre um (R$ 724) e 40 (R$ 28.960) salários mínimos.

A dona de casa da região percebeu como a batata inflacionou em novembro. Segundo a pesquisa Cesta Básica Regional da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), o preço do quilo do produto saltou de R$ 1,30, na média de outubro, para R$ 2,51, no mês passado. A pesquisa é realizada em 15 supermercados da região e, mesmo assim, foi o suficiente para apresentar inflação de 93,08% no preço do produto.

A tangerina foi o segundo item com a maior inflação de novembro às famílias, de 12,13%, quatro vezes maior do que a alta média do seu preço em novembro de 2013. Em seguida aparece a cenoura, com 11,54%. No ano passado, no mesmo mês, os consumidores tinham presenciado deflação de 0,21%. O mesmo ocorreu com a pera, que deflacionou 1,48 no 11º mês de 2013 e, em novembro, foi dona da quarta maior inflação, com 10,3%.

Esses alimentos sofreram influência direta do clima seco, que gerou redução na oferta e, como consequência, encareceram.

O brócolis também foi afetado e teve alta média de preços de 8,92% no mês passado. Essa variação foi 2,2 vezes maior do que o registrado em novembro de 2013. Os preços do produto subiram, em média, 4,05% naquele período. Godas, da Ceagesp, explicou que o preço do brócolis estava abaixo do normal. “Ficou muito barato durante todo o ano e recuperou preço em novembro. Mesmo assim está 1,4% mais barato do que no mesmo período de 2013 e 5,8% mais caro na comparação de dezembro contra novembro.”


Limão ficará mais barato até o fim de dezembro

Até o fim de dezembro a dona de casa encontrará o limão por preços normais, pode se dizer, tendo em vista que o quilo do produto chegou a atingir até R$ 12 na região no mês passado. Esta é a avaliação do economista da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) Flávio Godas.

“A fruta está com tendência de queda (nos preços)”, disse o especialista da Ceagesp. Ele explicou que na comparação com os últimos balanços dos preços no atacado, o limão teve queda de preço de 33,2% neste mês ante novembro. “Só nesta semana já caiu 5,5%.”

No entanto, o cítrico ainda está bem mais caro do que o normal. Godas destacou que, na comparação de dezembro com o mesmo período do ano passado, o preço está 58% superior. No atacado o custo normal do limão, que ganha um pouco mais de peso até chegar ao consumidor devido à cadeia, é entre R$ 2 e R$ 2,50, pontua o especialista. “Hoje, está por volta dos R$ 5.”

A explicação básica para o encarecimento acentuado da fruta é simples: estiagem e entressafra. Esses dois fatores prejudiciais reduziram intensamente a oferta, o que gerou a inflação.  




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