Carlos Boschetti Titulo Análise
A promessa, dois anos difíceis!
Carlos Boschetti
11/12/2014 | 07:20
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Um novo time econômico está sendo formado para mudar o panorama de nossas vidas para os próximos anos. O desafio é tremendo: resgatar a credibilidade de uma máquina fragilizada, cansada, mal remunerada, mal preparada, gastando mais do que arrecada, e com os usuários maltratados.

Vários rumores estão surgindo, como o aumento de impostos. Alguns governadores eleitos do PT lançaram a ideia de cobrar a CPMF, o famoso imposto do cheque, criado para melhorar a Saúde no governo FHC e que nunca foi transferido para a Saúde pública. Fala-se em aumento de impostos para bebidas como refrigerantes, cervejas, energéticos, entre outros. Além disso, outras categorias de produtos entraram na mira de aumento de impostos, como importados e cosméticos.

O mais grave ainda é a farra do boi no Congresso Nacional, exemplo de baixa produtividade e centro de escândalos por corrupção. Nossos parlamentares estão pleiteando aumento de salários e benefícios de mais de 26% a partir de 2015, com custos acima de R$ 1,5 bilhão ao ano, onerando ainda mais o Orçamento da União.

A carga tributária em 2000 era de 30% ao ano e, hoje, estamos acima de 37%, com significativa piora dos serviços públicos oferecidos a toda população. Como a esperança é a ultima que morre, vamos esperar por milagre que os três mosqueteiros da presidente Dilma vão implementar nos 100 primeiros dias do seu segundo mandato.

As previsões são difíceis, pois o cenário internacional indica recuperação, principalmente, com o preço do barril de petróleo despencando dos US$ 100 para patamar dos US$ 69 por barril. Isso proporcionará aos países importadores significativa economia de mais de 30% na conta do petróleo. Para nós, resta pagar a segunda gasolina mais cara do mundo e estuda-se mais aumentos para fortalecer o caixa da Petrobras.

O setor industrial continua num processo de declínio. Os estoques estão cheios, os pedidos do varejo estão em ritmo lento e as demissões já começaram, quebrando tradição histórica de não demissão em dezembro. Por exemplo, a Volkswagen anunciou mais um PDV (Programa de Demissão Voluntária), principalmente de profissionais aposentados ou próximos disso na planta Anchieta, que já foi o maior complexo automotivo do grupo Volkswagen fora da Alemanha. O risco de perda de emprego gera insegurança generalizada. A população está preocupada. Ela usa seu 13º salário para o pagamento de dividas, quitar carnês com altas taxas de juros ou investir em poupança como um seguro contra as incertezas econômicas. Essa atitude, apesar de sensata, prejudica ainda mais o comércio que já assume mais um Natal de baixas nas vendas. O consumidor vai optar por lembrancinhas e não irá se endividar, pois não confia no destino de nossa economia. As dificuldades também aparecem no supermercado, onde a expressão popular “você vai pagar um quilo de limão a preço de banana” não se aplica mais. A banana nanica está mais que R$ 5 e, o limão, mais de R$ 10 o quilo.

E dias difíceis continuação, mas vamos exigir mais competência e transparência, com o uso do maior patrimônio dos brasileiros e dos recursos arrecadados pelos impostos pagos pela maioria de nós.
 




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