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Casal de Santo André vai disputar maratona em deserto

Vanderlei Mesquita e Yvone Tavares embarcam hoje para o Chile, onde encaram o Atacama

Felipe Simões
Do Diário do Grande ABC
04/12/2014 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Há dois anos, ninguém poderia imaginar que o casal andreense Vanderlei Mesquita, 46, e Yvone Tavares, 40, embarcaria na manhã de hoje para o Chile. Não pela questão financeira, até porque eles não vão passear no país sul-americano. Os dois vão correr uma maratona no domingo. E não uma qualquer: prova de 42 quilômetros em pleno deserto de Atacama, uma das áreas mais inóspitas do planeta.

Não só pelo clima, que pode variar de 0ºC à noite a 40ºC com sol a pino, mas também pela secura. O deserto de Atacama é o lugar mais seco do mundo – em algumas regiões, chove entre um e três milímetros, de acordo com a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana). Cientistas estimam que não tenha caído uma gota de água sequer no local entre 1570 e 1971. Porém, nada que assuste Ivone.

“A previsão para a largada, às 7h30, é de 13ºC, chegando a 33ºC ao longo do dia. Teoricamente, não é muito diferente do que temos aqui em Santo André. Mas no deserto o frio é mais frio, mas o calor não é tão quente quanto o daqui (o ar é mais seco). É difícil, mas não vai ser tanto”, afirmou a autônoma. “É bem desgastante porque mistura vários ambientes, como areia, pedra, cascalho e asfalto. Além disso, tem as subidas íngremes. Começaremos em 2.400 metros e vamos a 2.680”, complementou Vanderlei, que é administrador de empresas.

Não bastasse lutar contra o ambiente, essa será a primeira maratona do casal, que já participou de diversas provas, inclusive do Circuito Popular de Corrida de Rua do Grande ABC, promovido pelo Diário, e começou a praticar o esporte após uma promessa de Yvone, no início do ano passado. “Nós tínhamos história de sobrepeso e uma vida muito desregrada. Éramos absolutamente boêmios e, juntos, viramos corredores. Acabamos viciando”, comentou ela.

“Cheguei a pesar 96 quilos. No período de dez meses, perdi 16 quilos, mas depois acabou voltando um pouco por causa de uma lesão. Hoje, já perdi 20 quilos só na base da corrida”, relatou Vanderlei.

A preparação para a maratona no deserto durou seis meses, com o casal tentando conciliar os treinamentos ao trabalho. “Buscamos adaptar o máximo que conseguimos. Procurei fazer os treinos às 10h e às 12h para ter um clima mais quente e seco”, explicou Yvone.

Além do preparo físico, há também o preparo psicológico para que mente e corpo sigam determinados em completar o percurso e não desistir no meio do caminho. “Resistência física a gente tem, mas pode cansar o psicológico. Mas nos falaram que tem tanto lugar lindo para ver que na hora nem vamos perceber”, comentou Vanderlei.

Desafio e beleza do tamanho de um deserto.




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