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Perito do INSS apanha e categoria cruza os braços
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
26/01/2007 | 23:19
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O cozinheiro José Wilson Quintino dos Santos, 41 anos, que sofre de bursite, não gostou de ter o auxílio-doença cassado na quinta-feira por um perito do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em Mauá e agrediu o profissional quando ele terminou o expediente. Como resultado, todos os 26 peritos de Santo André, São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires interromperam as atividades nesta sexta-feira em sinal de protesto. Deixaram de ser atendidas cerca de 650 pessoas que iriam fazer exames.

O cozinheiro, morador do bairro Itapark, em Mauá, recebia o benefício desde 2003. “Ele teve alta porque a doença não está em um nível que o impossibilite de trabalhar. Ele não me xingou e nem me agrediu após a decisão. Não imaginava que iria me agredir fora da agência”, afirmou o perito Paulo Bolognesi.

Às 17h20 de quinta-feira, Santos se escondeu em um terreno perto do posto do INSS. O médico saiu da agência e entrou em seu carro no estacionamento ao lado. Ao entrar na rua Vitória, no Centro, o cozinheiro jogou uma pedra grande no vidro traseiro do veículo.

“Parei o carro e o vi vindo em minha direção, com um caibro na mão. Consegui agarrá-lo e ficamos brigando no chão. Levei uma pancada na testa”, relatou o perito.

Ambulantes do antigo Shopping Popular formaram a turma do “deixa disso” e apartaram os dois. “Fiquei muito abalado e fui até um hospital me medicar. Hoje (sexta-feira), fui até a delegacia registrar a queixa”, disse Bolognesi. O caso foi considerado como lesão corporal, que não prevê prisão em flagrante.

A categoria dos peritos, revoltada, decidiu cruzar os braços como desagravo. “Tinha perícia marcada e perdi o exame de hoje (sexta-feira). Vai atrasar ainda mais meu benefício”, afirmou o metalúrgico Lourival de Almeida, 47 anos. “Vou ter de voltar na semana que vem”, contou a faxineira Eliane Santos, 29. A reportagem não conseguiu localizar o cozinheiro para falar sobre o caso.

A agressão a peritos foi motivo de greve nacional feita em setembro do ano passado, após um assassinato em Minas Gerais. Depois do homicídio, houve sete ocorrências de agressões em todo país.



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