Política Titulo Hoje são 21
Câmara debate o
aumento de cadeiras

Parte dos vereadores admite conversas nos corredores da Casa; PMDB encabeça discussão para ampliação vagas

Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
22/11/2014 | 07:00
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Tiago Silva/DGABC


A Câmara de Santo André retomou a discussão da proposta sobre aumento do número de cadeiras, o que pode ampliar de 21 para 27 vagas legislativas na cidade. Partidos políticos – principalmente a bancada do PMDB, que encabeça o debate – exercem pressão para o acréscimo de cadeiras. Parte dos vereadores admite conversas extraoficiais nos corredores da Casa. Por outro lado, a iniciativa, já reaberta, entraria oficialmente em plenário, para votação, apenas caso haja consenso entre a maioria dos parlamentares.

Mesmo com adesão parcial, a estratégia de angariar, nos bastidores, votos favoráveis tenta evitar desgaste com o eleitorado. A tática seria, teoricamente, alcançar apoio necessário até fim de setembro, um ano antes da eleição municipal. Apesar da possibilidade de acréscimo, em setembro de 2011, um Legislativo acuado rejeitou em votação no plenário o aumento de mais seis cadeiras, mantendo, assim, os 21 assentos na Casa. Depois do episódio, houve algumas tentativas frustradas para reeditar a apreciação da matéria.

Vereador peemedebista, Sargento Juliano afirmou que, assim como o correligionário José de Araújo, “sempre foi e continua” simpatizante da ideia. “Santo André foi a única cidade (do Grande ABC) que rejeitou a ampliação. Município cresceu em população e extensão, mas continua parado no tempo. Isso precisa ser analisado, sem medo. Alguns não sabem fazer matemática”, disse, ao considerar o benefício da elevação para a montagem de chapas para o pleito. “Chance de suplente, por exemplo, ser eleito aumenta. Câmara renova quase 50% toda eleição”, alegou, negando liderar processo.

Segundo o parlamentar governista Luiz Alberto (PT), “um e outro na Casa” chamaram nos corredores e perguntaram: “Por que a gente não discute isso? Será que tem espaço?”. O petista, de primeiro mandato, reconheceu ser adepto à proposta. “Tudo o que é legal não tenho problema em votar a favor. Elevar está dentro da lei. Acho que eu deveria receber 13º salário, pois pago Imposto de Renda, mas a Justiça veda. Então respeito, sem reclamar”, frisou, acrescentando que a discussão “deve mesmo partir dos vereadores mais antigos”.

O oposicionista Ailton Lima (SD) sinalizou contrariedade ao projeto ao justificar pensar da mesma forma da votação anterior, quando acompanhou a rejeição. Porém, disse que, como dirigente partidário, colocará o debate internamente no Solidariedade, que tem três integrantes na Câmara. “Não posso tomar postura solitária. Mas vou defender que continue do mesmo tamanho. Avaliando custo-benefício, não acredito que mais vereadores possa melhorar alguma coisa.”

Com eventual ampliação, o Legislativo teria gastos extras no valor de aproximadamente R$ 5 milhões anuais – média de devolução de recursos legislativos à Prefeitura para incremento de Orçamento. Assim, os quatro anos da próxima legislatura despenderiam R$ 20 milhões. OAB, Acisa e Ciesp já se posicionaram contra o aumento. Presidente da Casa, Donizeti Pereira (PV) sustentou que os parlamentares perderam o timing da discussão. “Não vejo disposição nem clima neste momento. Entretanto, se alguém quiser provocar, tem de ouvir a sociedade civil. A sociedade não aguenta pagar a conta.” 




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