Toda sugestão é a mais pura verdade. Potros e Potrancas é um exercício de zooerastia (prática de sexo com animais): dois homens, duas mulheres, um cavalo e uma série de posições que poderiam ser catalogadas em uma edição eqüina do Kama Sutra: “O Salvador (Vilar Aliaga, diretor comercial da Negro e Azul) propôs que nós fizéssemos um filme brasileiro. Ao mesmo tempo, o mercado espanhol havia pedido fitas com cavalos. Matamos dois coelhos com uma cajadada só”, diz Queiroz.
O diretor esculpiu seu tino para o mercado pornográfico durante estágios na Buttman (tótem mundial do segmento) e na revista Ver Vídeo Erótico. Antes, atuara como assessor do gabinete de Mário Covas, quando prefeito de São Paulo (1983-1985), e escrevera o livro 600 Questões de Cinema.
Súdito assumido de Alfred Hitchcock, Quentin Tarantino e, sobretudo, Billy Wilder (“o melhor diretor de todos os tempos”), Queiroz reivindica melhorias para o pornô. “Ainda falta profissionalismo ao pornô brasileiro. Os atores são mal pagos e as atrizes costumam ser garotas de programa.”
Se o Brasil ainda não tem suas Lindas Lovelace (estrela de Garganta Profunda), Queiroz não reclama quanto ao sucesso do setor que ele chama de “marginalidade lucrativa”: rodam no país quase mil lançamentos por ano. Os números o fazem seguir em frente. Além do advento de equipamento digital para os próximos filmes, Queiroz espera ter a chance de embutir enredos consistentes às ginásticas genitais. “Cavalo, nunca mais!”
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