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Direita chilena condiciona apoio a medidas sociais de Lagos
Do Diário do Grande ABC
26/01/2000 | 16:50
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A direita tem pontos coincidentes com o programa governista, mas impôs condiçoes para apoiar as medidas sociais que o presidente eleito Ricardo Lagos quer adotar. A bancada direitista nao participou de um almoço oferecido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Montes, para analisar as iniciativas comuns que poderiam ser impulsionadas depois que o socialista Lagos assumir a presidência, em 11 de março.

Lagos e os governistas queriam ouvir o derrotado candidato direitista Joaquín Lavín e os dirigentes dos dois partidos opositores que apoiaram sua candidatura. Entre as medidas prioritárias de Lagos estao um seguro-desemprego e reformas trabalhistas, que também estavam no programa de Lavín.

O presidente da Renovaçao Nacional, um dos partidos direitistas, Alberto Cardemil, condicionou o apoio legislativo às iniciativas. "É preciso ver se há coincidências de meios, de instrumentos para conseguir esses fins e isso nao está claro. Todos estamos de acordo em que é preciso acabar com a delinqüência, criar empregos, melhorar a saúde. Vamos ver se estamos de acordo quanto aos meios", disse.

O próximo presidente terá maioria na Câmara dos Deputados e só terá um voto a mais que a oposiçao no Senado se Pinochet nao puder voltar a ocupar sua cadeira de senador vitalício. A maioria nessa câmara será dada pelo atual presidente Eduardo Frei quando se tornar senador vitalício, ao deixar o poder, em 11 de março.

A posiçao direitista parece influenciada pelo próximo processo eleitoral. A direita, encorajada pelo forte apoio que teve seu candidato presidencial Joaquín Lavín, que levou Lagos ao segundo turno, tao disputado quanto o primeiro, pretende projetar esse apoio à eleiçao municipal de outubro.

As dificuldades para o presidente eleito também se encontram em suas próprias fileiras, onde alguns partidos lhe fizeram exigências para a formaçao do ministério, que pretende anunciar na próxima semana.

A Democracia-Crista, o partido mais poderoso da coalizao, exige ministérios na área social, onde seus representantes tenham um trabalho mais em contato com as pessoas e afastado das dificuldades dos ministérios políticos, segundo se informou. Por isso, seria contrária à manutençao do atual titular da Pasta da Defesa, Edmundo Pérez, e, principalmente, à designaçao de Soledad Alvear, que dirigiu a campanha de Lagos para o segundo turno, para o Ministério do Interior.




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