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Meg vai da humilhação ao topo do handebol
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
06/05/2011 | 07:30
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DGABC/Arquivo


Em 1993, durante o desfile do concurso Rainha das Rainhas do Carnaval do Pará, Margareth Montão sofreu a maior humilhação de sua vida. Por ser negra, foi impedida de participar do evento pelas mães das concorrentes. Era o sinal de que deveria mudar de direção e o handebol brasileiro então ganhou a melhor jogadora de sua história. Hoje, aos 39 anos, ela optou por se aposentar e se dedicar a outra paixão: a nutrição.

A história da ex-armadora com o Grande ABC começou em 1995, quando a ex-Miss Pará iniciou a carreira no handebol de São Bernardo. Na mesma temporada, chegou à Seleção Brasileira, onde permaneceu por dez anos e se consolidou como a melhor de todos os tempos. "Não tinha pretensão de me tornar referência, mas aconteceu", comenta. "Vivi uma carreira feliz", constata.

As inúmeras alegrias trazidas pelo handebol facilmente apagaram a mágoa do episódio de racismo, no Pará. "Foi a única vez que sofri preconceito. Não tenho problemas com isso. Sempre fui muito respeitada no handebol", garante a ex-jogadora, sempre caracterizada pela beleza. "Aproveitei o melhor da situação. Fiz várias capas de revista que hoje olho e não acredito como eu era linda", brinca.

Em São Bernardo, Meg criou raízes, se tornou exemplo e foi fundamental para que o município se desenvolvesse na modalidade. No total, foram dez temporadas no clube do Grande ABC, onde encerrou a carreira, em dezembro. "Poderia facilmente jogar mais três anos, mas o São Bernardo me trocou por duas de 20 (anos)", brinca. "Eu também estava sem motivação, já tinha ganhado tudo e, mesmo com propostas, resolvi parar", conta.

Pesou na decisão o sonho de seguir carreira como nutricionista. No mesmo instante que precisava desistir ou prosseguir no handebol, Meg foi convidada a assumir a cargo na Secretaria de Esportes de São Bernardo e não teve mais dúvidas. "As coisas acontecem no tempo certo. Tinha terminado a faculdade de nutrição e iniciado a pós-graduação, me especializando na área esportiva. Foi quando veio o convite e não tive como recusar, já que uma hora o handebol acaba", ressalta.

Hoje, Meg mora em São Bernardo e trabalha no Ginásio Poliesportivo, onde atente atletas do município. Em três meses, acumula 60 clientes. "Estou muito feliz com essa nova fase. Claro que sinto saudade, mas agora não adianta viver do passado. Tenho que ralar e muito para ganhar como nutricionista o que ganhava como atleta. Mas posso dizer que estou realizada", finaliza.

 

São Bernardo mantém rotina e goleia mais uma vez no Paulista

Nada de surpresas. O forte time da Metodista/São Bernardo cumpriu o que se esperava e ganhou a terceira partida consecutiva no Campeonato Paulista Feminino de Handebol. Ontem, no Ginásio Bolão, o time aplicou 27 a 19 no Jundiaí e segue liderando a classificação. A armadora Tayra, uma das mais experientes do grupo, foi eleita a melhor jogadora da partida.

Apesar dos oito gols de diferença, o jogo foi o mais equilibrado até agora. Antes, São Bernardo havia derrotado o São José (38 a 18) e o time de Pindamonhangaba (31 a 17) nas duas primeiras rodadas.

"Foi bom porque encontramos alguma resistência. O time de Jundiaí tem jogadoras adultas e posso considerar esse o primeiro grande teste da temporada", analisou o técnico Eduardo Carlone. "Tive até que fazer algumas trocas e mudar bastante a defesa", completa.

Apesar do prêmio individual ter ido para Tayra, Carlone fez questão de dividir os méritos com o restante da equipe. "Nosso time atua muito de forma coletiva. Além da Tayra, temos ótimas jogadoras como a Célia e a Fia, que estão há seis anos comigo aqui em São Bernardo. Em cada jogo é uma que se destaca", ressalta.

 

MASCULINO

Amanhã é a vez dos homens entrarem em quadra. O desafio será contra o São Carlos, às 17h, no Ginásio Baetão. No primeiro jogo da temporada, a Metodista humilhou a Hebraica por 44 a 14.




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