Política Titulo Receosos
Vereadores pedem investigação de desabastecimento, mas evitam CPI
Júnior Carvalho
Especial para o Diário
19/11/2014 | 08:56
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Montagem/DGABC


A polêmica acerca do desabastecimento de medicamentos em São Caetano chegou à Câmara na sessão de ontem. Vereadores da oposição criticaram a falta de remédios em postos da cidade e defenderam investigação do caso. Porém, foi abortada a possibilidade de abertura de CPI para apurar os problemas.

A avaliação dos oposicionistas é que qualquer requerimento que solicite a abertura de CPI seria derrubado de imediato pelos governistas ou a solicitação poderia ser utilizada como ferramenta para negociatas com o governo. “Eu já tentei instaurar CPI para apurar denúncias, mas foi em vão. Desta vez, temos visto nos jornais que há série de fatores que surgem em meio ao problema do abastecimento, como nomes de empresas com sede em paraíso fiscal. Isso tem de ser esclarecido”, discursou Edison Parra (PHS).

Na sexta-feira, o Diário mostrou que problemas no abastecimento de medicamentos nos postos do município culminaram no afastamento do secretário de Saúde, Mário Chekin. A reportagem revelou que uma das fornecedoras da administração, a empresa Medic Center Distribuidora de Produtos Hospitalares Ltda, tem como sócia offshore localizada no Panamá, paraíso fiscal no Caribe, e que o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) havia aberto sindicância para apurar possíveis irregularidades.

Chekin negou que a Pasta a qual chefiava era responsável pelo fechamento dos contratos e culpou a FUABC (Fundação do ABC), presidida por Marco Antônio Santos Silva, pelo desabastecimento das unidades – a entidade gerencia equipamentos de Saúde no município. A FUABC, por sua vez, admitiu que homologa os contratos com todas as fornecedoras, mas alegou seguir “orientações e determinações” da Secretaria de Saúde.

“Que já faltavam remédios na cidade a gente já sabe e denuncia há tempos. O que parece é que agora estão achando linha no novelo”, frisou o oposicionista Fábio Palacio (PR). O republicano, inclusive, apresentou requerimento solicitando informações do governo sobre a entrega dos remédios na cidade. O documento foi derrubado pelos governistas, com votos favoráveis apenas de Palacio, Parra, Beto Vidoski (PSDB), Marcel Munhoz (PPS) e Cidão do Sindicato (SD).
Líder do governo, Jorge Salgado (Pros) contestou a falta de medicamentos, destacando que “as farmácias estão abastecidas”, mas que podem haver “eventualidades”. “Estão confundindo as coisas. O requerimento do Fábio pedia informações ao prefeito, mas ele deve procurar a Fundação do ABC, que é a responsável pelo abastecimento”, justificou.

No ano passado, vereadores viram frustrar a tentativa de abrir CPI para apurar possíveis irregularidades nos contratos do Paço com empresas que administram as linhas de ônibus municipais. Alguns parlamentares chegaram a assinar requerimento, mas recuaram posteriormente. Para que a comissão seja instaurada, é necessária adesão de pelo menos um terço dos vereadores, ou seja, sete assinaturas.




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